22/01/2014

[Resenha] A menina que roubava livros - Markus Zusak





Sinopse: Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade. A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História.

Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Páginas: 480
Classificação: 4/5


Muitos de vocês com certeza já ouviram falar no livro escrito por Markus Suzak, A menina que roubava livros se tornou um dos assuntos mais comentados após ganhar uma adaptação para o cinema, não estou dizendo que o livro não era famoso, estou dizendo que seu alcance de público cresceu bastante depois que foi anunciada a adaptação, conclusão, quem conhecia e já tinha vontade de ler (eu) correu e concluiu a leitura e quem não conhecia passou a conhecer. Confesso que o filme foi o pontapé que eu precisava para começar essa leitura, isso já faz alguns anos, mas resolvi trazer para vocês a minha opinião sobre ele. Vou começar dizendo que não me arrependo de ter demorado a ler a obra, se tivesse me envolvido na história de Liesel quando mais jovem teria tido muitos pesadelos.

Achei a ideia do livro MUITO original, EU nunca tinha visto ou até mesmo ouvido falar em um livro narrado pela morte e foi exatamente isso que me chamou a atenção em primeiro lugar, me diga como resistir a um livro que a chamada consiste em “Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler”?  Me apaixonei instantemente, fiquei me perguntando como seria essa narrativa e confesso que fui surpreendida, não esperava que a morte fosse tão “humana”, acredito que a forma que Markus Suzak enxerga a morte se tornou minha forma de enxergar também, depois dessa leitura ficou difícil culpá-la  pelas coisas, ela apenas faz o seu trabalho e vamos combinar é um trabalho bem cansativo.
“Como a maioria dos sofrimentos, esse começou com uma aparente felicidade.”

Se tivesse que classificar o livro em duas palavras seriam emocionante e cansativo, a narrativa não é ruim, muito pelo contrário, mas no começo a história é meio paradinha, depois que começa a engrenar ficar ainda mais cansativa, por cansativa quero dizer emocionalmente cansativa, isso se deve ao fato de que mesmo sendo um livro de ficção existe uma base da história real e eu nunca tinha lido nada sobre os alemães durante a guerra, ou seja, quando eu estudei sempre foi como o Hitler era um filho da puta do mal, que matou milhões de judeus e toda a população aceitou isso de uma forma irrevogável. O que esse livro mostra é que da mesma forma que existia pessoas que eram sádicas e fanáticas, existiam aqueles que eram obrigados a aceitar, pois sua vida e a de sua família dependiam disso e ler o outro lado da história em que acompanhamos a vida de uma criança deixa tudo muito mais sombrio e tocante.

“Adoro este lugar e o odeio, porque ele é cheio de palavras.” 

A história de Liesel é triste, não tem como você não se emocionar, porém no meio de tanta coisa ruim ela conheceu a felicidade, encontrou pessoas que fizeram a vida dela valer a pena, sempre que me lembro do papai, da mamãe, do Rudy e do Max meus olhos se enchem de lágrimas, mesmo não tendo derramado nenhuma delas durante a leitura. A vida dessa menininha não foi fácil, ela teve muitas perdas, teve que ficar calada e viver em um mundo com o qual não concordava, mas no fim as palavras ajudaram a seguir em frente, de muitas formas foram elas que salvaram a sua vida e tudo isso graças ao papai e sua imensa vontade de roubar livros.

Antes de terminar me sinto na obrigação de dizer que a dona morte é formidável, durante a narrativa ela tenta nos preparar para sua chagada, deixa claro que está em todos os lugares, sempre pronta para levar aqueles que pertencem a ela, mas de uma maneira bem direta ela diz que isso não é de forma alguma culpa dela, nós os humanos somos responsáveis pelas nossas escolhas, precisamos assumir nossa responsabilidade e não ficar culpando isso ou aquilo.
“Imagine sorrir depois de levar um tapa na cara. Agora imagine fazê lo vinte e quatro horas por dia.”

O livro só não ganhou a nota máxima porque demorou alguns capítulos para me prender, achei o começo do livro arrastado e quando é assim a leitura fica bem complicada, mas a narrativa evoluiu bastante, conseguiu a minha atenção total e conta com uma história bem elabora, com um desfecho previsível, porém tocante e emocionante.

Eu vou ficando por aqui, mas antes digo que para ler esse livro é preciso vontade, maturidade e se deixar envolver, ou você vai mergulhar de cabeça e gostar ou vai ficar na superfície e ele não vai funcionar para você, com A menina que roubava livros é 8 ou 80, depois que eu cheguei no fim da leitura e gostei as coisas negativas ficaram em segundo plano e foram irrelevantes. No mais eu espero de verdade que esse livro funcione para vocês, assim como funcionou para mim.

Beijos



6 comentários:

  1. aaaaahhhhh! Você leu A Menina que Roubava Livros *----* Eu li esse livro há mais ou menos uns dois anos, eu acho. E desde então já o reli outras duas vezes. É tão bacana... Aconselho, inclusive, que você leia Eu Sou O Mensageiro, que é do mesmo autor. Outro livro muito, mas muito, legal mesmo. Não tanto quanto esse, claro, mas maravilhoso de se ler :D

    Beeijo
    http://www.estoriasecafe.com/

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    1. Eu li rs...

      Mesmo sendo um livro "pesado" eu apreciei a leitura e já estava pensando em ler outro livro do autor, depois dessa dica a vontade só aumentou.

      Obrigada pelo comentário!

      beijos

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  2. Apesar de achar a premissa desse livro legal eu desanimei quando li várias resenhas negativas dizendo que a trama é maçante e coisas do tipo. Por isso acabei desanimando e decidi que vou ver o filme e se gostar posso pensar em ler a obra.

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  3. Tenho um caso de amor por esse livro!
    Amei a história e não consigo encontrar um defeito. Rsrsrsrsrs
    De tudo que li sobre o holocausto, esse livro foi o melhor.

    http://entrereaiseutopias.blogspot.com.br/

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  4. Respostas
    1. Desculpa, o link deve estar com defeito, se quiser envio por e-mail.

      Beijos

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