07/08/2019

[Resenha] Reino de cinzas - Sarah J. Maas



Sinopse:        A conclusão épica e inesquecível da série Trono de Vidro. 

Trancada em um caixão de ferro, Aelin luta para permanecer forte e resistir às torturas de Maeve, pois sabe que a sobrevivência de seu povo depende disso. Mas a cada dia que passa, parece mais difícil manter a determinação. Em Terrasen, Aedion, Lysandra e seus aliados se esforçam para conter a ameaça iminente, porém a força dessa aliança pode não ser o suficiente para barrar as hordas de Erawan e proteger Terrasen da destruição total. Enquanto isso, do outro lado do oceano, Rowan não irá desistir de encontrar seu amor, sua parceira, sua rainha. À medida que os fios do destino se entrelaçam no explosivo final da série Trono de Vidro, todos devem lutar se quiserem uma chance de sobreviver.
  
Autora: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Páginas: 938
Classificação: 5/5 - Favorito


A despedida é sempre dolorosa, ao longo da leitura fui ficando um pouco melancólica e quis diminuir o ritmo só para durar mais, ao mesmo tempo sentia todo o frenesi que o livro traz em suas páginas. Amei Celaena lá no primeiro livro, não foi uma história que me ganhou com o tempo e sim me arrebatou por completo desde o início, a personagem sempre teve meu respeito e minha defesa e mesmo ali eu já sabia que sua jornada seria gigante e não deu outra. Tivemos muitas despedidas ao longo do caminho, demos adeus a Celaena e boas-vindas à Aelin, assassinas viraram rainhas, príncipes se tornaram reis e nesse livro chegou a hora da guerra final, onde destinos serão traçados e eu como apaixonada por essa história comecei morrendo de medo e de ansiedade.

Desde o começo eu sabia que ia derramar lágrimas, mas NUNCA imaginei chorar de emoção e orgulho por uma personagem que mudou completamente, ganhou destaque e mereceu cada lágrima de emoção que eu derramei. Não chorei nos momentos que achei que choraria, não que a emoção não estivesse à flor da pele, muito pelo contrário, meu coração ficou acelerado durante toda leitura, mas não deu tempo de chorar do tanto de coisas que acontecem, tanto de reviravoltas que temos nas páginas, tantos personagens que marcaram a minha vida e se foram. Mas agora que cheguei no FIM eu choro enquanto escreve essa resenha, pela jornada, pelo orgulho dos personagens e da Sarah, pelo adeus a uma série que marcou minha vida (e em breve minha pele).

“Rowan se perguntou se o jovem assassino estaria sorrindo agora; sorrindo ao vê-la empurrando a catapulta para posição.”

Não acho necessário dizer que a Sarah arrasou, que encerramento maravilhoso e surpreendente, mesmo com o final um tanto clichê essa é uma história para NINGUÉM colocar defeito, nada aconteceu como o esperado, houveram tantas e tantas reviravoltas e surpresas ao longo da leitura que o final comum é como um balsamo que aquece a alma e deixa o leitor que ama essa história em paz ao mesmo tempo que em luto. Muitas pontas ficaram vagando, muitas possibilidades de futuro para os personagens, muitas feridas a cicatrizar, vida para viver e mundo para criar, um final que poderia ser considerado com muitas pontas soltas eu descrevo como um final de muitas possibilidades.

Como sempre a narrativa é feita em terceira pessoa e acompanha alguns personagens, na verdade todos tem um pedacinho de espaço nesse livro, mas três personagens se destacaram e eu vou me ater a eles para falar de forma geral da evolução da narrativa, são eles Aelin, Manon e Dorian. Imaginem minha surpresa quando Dorian o rei meio apagado ganha espaço e um protagonismo até então mascarado. Confesso que por vezes achei maçante e fiquei cansada nas partes dele, cheguei até a reclamar em um grupo no Facebook e o que eu li foi “espera” e meus amores que evolução, que desenvoltura, Dorian reconhece suas fraquezas e suas dores e usa isso a seu benefício, porém achei que o poder dele expandiu rápido demais, necessário, porém questionável, de qualquer maneira só posso dizer “viva o rei Dorian” que se reconstruiu e se tornou sua melhor versão mesmo cheio de defeitos.

“Eu o limpei da existência. Mas ele só se lembrou uma vez. Apenas uma vez. A primeira vez que segurou você.”

Manon minha bruxa, aquela mesmo que eu achei chata e depois se tornou o plano de fundo do meu celular, a personagem que mais se desenvolveu ao longo da narrativa, a que mais aprendeu e se tornou incrível ao mesmo tempo que continua sendo a velha Manon destemida e mortal que eu tanto amo. Acho que esse é o segredo da autora, fazer seus personagens evoluírem sem mudar sua essência, explorando o melhor de cada um e com Manon Sarah deu um show.

“Apenas juntas pode ser desfeito. Seja a ponte. Seja a luz. 
Quando ferro derreter.
Quando flores brotarem de campos de sangue. 
Que a terra seja testemunha. E retorne ao lar.”

Vamos falar um pouco da minha bichinha mais amada, minha coração de fogo, que me inspira na vida real, que sofreu o pior durante seis livros e não se deixou quebrar, ela que encontrou seu destino em fim. Em KOA vi um lado mais vulnerável da Aelin, uma humanidade, uma fragilidade que me deixou impactada, por baixo de toda a arrogância e força existia uma menina mulher tão cansada de carregar o peso do mundo nos ombros que só me dava vontade de abraçar. Aelin teve sua evolução ao longo dos livros, deu muito de si, ganhou muito em troca também, se tornou uma rainha guerreira que carrega o peso do mundo nos ombros por aqueles que ama, sem reclamar. Quem diria que a solitária Celaena que só se preocupava com sigo se tornaria essa deusa cheia de fogo e amor, sinto tanto orgulho da personagem que nem tenho palavras para descrever.

“Uma chama contra a escuridão reunida. Uma chama para iluminar a noite.”

Eu ia me limitar a falar dos três, mas duas personagens de arcos completamente diferentes se unem e mostram que Sarah não faz nada por menos, Elide e Yrene, o que falar de tanto poder? A forma como a autora amarrou TODOS os acontecimentos de todos os livros e colocou cada pedrinha no caminho para que duas personagens  brilhassem da forma que brilharam. Vale muito a pena prestar a atenção nas duas, de forma separada, cada uma com sua bagagem e essência e vale mais a pena ainda prestar a atenção nelas como uma dupla, mostrando o destino se entrelaçar, que nada nessa jornada foi por acaso, cada meio se mostrou necessário nesse fim. Na verdade TODOS os personagens foram maravilhosos, Lysandra, Aedion, Chaol, Rowan, Lorcan, Nesryn, Fenrys, as Treze, as Crochans e até Maeve (a rainha odiosa) tiveram narrativas e evoluções memoráveis, trechos de prender o ar e destinos inquestionáveis. 

O livro é frenético, emotivo e cheio de mensagens interessantes se você souber onde procurar, a representatividade feminina é nítida e incontida, tendo destaque em um gênero literário cercado de heróis me deixa muito feliz dizer que aqui encontramos vária heroínas, cada uma do seu jeito, a sua maneira, confirmando a força feminina, pregando união diante das diferenças, força na fragilidade, mostrando que podemos ser tudo, que somos tudo, basta acreditar e não se render as dores impostas pelo destino ou o mundo.

“Todas as mulheres que lutaram a seu lado, ou de longe. Que haviam sangrado e sacrificado sem jamais perder esperanças de que aquele dia chegaria.” 

Obrigada Sarah, por desenvolver algo tão grandioso, digno de releituras durante a vida, digno de mudança de tatuagem. Obrigada pelas frases que usarei nos momentos difíceis, de mostrar que podemos ir contra e enganar o destino, obrigada pela melhor história da minha vida. Ainda chorando é que eu digo, leiam a série, suportem suas inúmeras páginas, conheçam esse trabalho incrível ao qual eu me despeço hoje levando no coração saudade e gratidão.

Beijos


6 comentários:

  1. Olá, Thayza.

    Fiquei chocada com o número de páginas, deve ter muuuuita história para rolar nesse último livro.
    Essa sensação de dever cumprido no final de uma série é a melhor coisa, mostra que a leitura valeu a pena e a autora se esforçou para trazer o melhor para os leitores.
    Eu confesso que não tenho vontade de ler essa série, a história ainda não me chama a atenção, mas quem sabe futuramente eu não dê uma chance?!

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  2. Que resenha impecável! Eu tenho muita curiosidade com os livros dessa série e adorei ver a sua opinião sobre esse último livro, muito bom ver que você se emocionou e ficou orgulhosa. Eu espero não demorar tanto para ler e matar logo a minha curiosidade.

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  3. Oi tudo bem?
    Eu não cheguei a ler essa série da autora, mas a colunista do blog leu e gostou bastante. Da autora li apenas um livro da outra série, gostei da escrita dela, é bem envolvente.
    Bjo

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  4. É um sentimento quase indescritível esse que a gente sente ao chegar ao final de uma saga que amamos muito, né?! Fico contente por saber que a autora fez um bom trabalho no desfecho dessa série que sou super curiosa para ler. Amei seu post!

    petalasdeliberdade.blogspot.com

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  5. Eu tenho MUITA vontade mesmo de começar essa série. Eu preciso demais organizar minha vida literária. Porque ando relendo coisas demais, coisas que amo - eu sei, mas roubando outras experiências de mim mesma.
    Ano que vem vou tentar adentrar esse universo.
    Eu sei como é duro chegar aos finalmentes de algo que amamos. Grande abraço!

    Carol, do Coisas de Mineira

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  6. Olá, tudo bom?
    Eu nunca li nada dessa autora, acredita? Mas saber o quanto o desfecho dessa série te emocionou e a forma como a autora colocou várias temáticas importantes e uma representatividade feminina tão forte neste desfecho fez com que ficasse extremamente curiosa para parar tudo o que estou lendo e dar uma chance a essa série. Anotei a dica e espero me apaixonar tanto por essa série quanto você se apaixonou.
    Beijos!

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