18/07/2015

[Resenha] Como eu era antes de você - Jojo Moyes



Sinopse: Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Sua vidinha ainda inclui o trabalho como garçonete num café de sua pequena cidade - um emprego que não paga muito, mas ajuda com as despesas - e o namoro com Patrick, um triatleta que não parece muito interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor tem 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de ter sido atropelado por uma moto, o antes ativo e esportivo Will agora desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Sua vida parece sem sentido e dolorosa demais para ser levada adiante. Obstinado, ele planeja com cuidado uma forma de acabar com esse sofrimento. Só não esperava que Lou aparecesse e se empenhasse tanto para convencê-lo do contrário. Uma comovente história sobre amor e família, Como eu era antes de você mostra, acima de tudo, a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.

Autora: Jojo Moyes
Páginas: 320
Editora: Intrínseca
Classificação: 5/5 – Favorito


Esse livro é contado pelo ponto de vista da Louise ou apenas Lou, uma garota comum de 26 anos, sem qualquer ambição na vida, ela vive de uma maneira monótona, tem um namorado que é “maratonista” e só pensa nisso, ou seja, seu relacionamento é frio e ela vem sempre em segundo ou terceiro lugar na vida do Patrick, mora na casa dos pais junto com seu avô que acaba de ter um AVC, com a irmã super talentosa e acima de qualquer julgamento e o filho dela Thomas.

No começo do livro Lou é surpreendida com a notícia que o café onde adora trabalhar vai fechar as portas e ela consequentemente vai ficar desempregada, então ela se cadastra na agência de empregos e começa a pegar tudo que aparece, mas não fica mais que uma semana em cada emprego, até que não existem mais vaga, sua última esperança é um emprego de cuidadora ao qual ela não tem nenhuma qualificação, mas para sua surpresa ela é aprovada e nesse momento a verdadeira história começa.

            “Acho que podemos fazer de tudo. Sei que essa não é uma história de amor como outra qualquer.”

Confesso que a princípio não entendi o porquê de tanta comoção com esse livro, eu estava em uma ressaca literária tão grande que não conseguia me envolver na história e muito menos com os personagens, foi bem complicado e até o meio do livro eu estava nisso por pura obrigação e teimosia, até que aconteceu, minhas barreiras ruíram e eu consegui em fim entrar de cabeça na história e me permitir viver a vida da Lou e do Will mais de perto e apreciar a história de outra forma.

Um ponto que não vi muita gente comentando é que a família de ambos não são lá essas coisas, a família do Will é fria e mesquinha e a da Lou muito crítica e não sabe dar valor a filha que tem. Por várias vezes me peguei muito chateada com a situação da Lou em casa, ela está sempre se esforçando, abrindo mão para que sua família possa ter uma vida mais confortável e NUNCA é reconhecida, todos os olhares estão voltados para a irmã que é super capaz e perfeita, só que de perfeita não tem nada e sinceramente eu não vi empatia, nem amizade por parte dessa irmã, algumas partes demonstram uma preocupação e até carinho, mas faltou muito para que eu a considere uma boa irmã, faltou muito mesmo.

Já a família do Will tem aquele nariz em pé, fica nítido que eles vivem de pura aparência e algumas vezes dá para sentir que toda a situação com o filho é um fardo, por mais que eu entenda o “respeitar as escolhas do Will” eu não vi esforço por parte de nenhum deles para que a situação mudasse, eles largaram essa responsabilidade nas costas da Lou e pronto, problema resolvido, acho sinceramente que faltou carinho, compreensão e envolvimento real por parte deles e talvez isso fizesse alguma diferença, não mudando nada, mas fazendo da história e da vida do filho mais leve e acolhedora.

“É sempre estranho ser arrancada de sua zona de conforto.”

Enfim, com o andar da narrativa é fácil se perder entre o que você acha certo e errado, percebi que não devemos sentir facilidade em julgar as escolhas de ninguém, já que não sabemos o que se passa dentro do outro, por muitas e muitas vezes questionei as escolhas dos protagonistas, julguei a Lou de todas as formas possíveis e no final do livro entendi que ela estava perdida dentro da própria vida, com o Will acontece a mesma coisa só que no caso dele a situação é mais complexa, pois se trata de uma condição e não de escolha.

Não li esse livro ontem, faz algum tempo na verdade e ainda estou vivendo entre o amor e ódio com a Jojo Moyes, amo a forma que ela escreveu toda a narrativa, de uma maneira fluída, leve e concisa, mas ao mesmo tempo complexa e cheia de nuances que te fazem pensar por horas a fio. Por outro lado odeio as gotas de esperanças que ela deixou ao longo do livro, odeio ter me apegado a ideia que o final poderia ser diferente, odeio o fato de ter chorado tanto, mais tanto que meu marido veio me perguntar o que estava acontecendo. É muito difícil odiar alguém que nunca prometeu um final feliz ao mesmo tempo é fácil amar alguém que escreveu uma história tão completa e real com uma sensibilidade absurda, um alguém que me mostrou outras formas de amar, me mostrou um amor sem preconceitos, disposto a enfrentar qualquer barreira.

“Apenas viva bem. Apenas viva.”


Com toda certeza lerei outros livros de sua autoria, mas não ainda, pois não me recuperei completamente, afinal quanto mais real a história, mas difícil de desapegar, ainda mais eu que não sou acostumada a esse tipo de leitura, gosto mais de fantasia, livros que milagres acontecem e o final feliz é praticamente garantido, com Como eu era antes de você nada foi garantido, nada foi 100%, fiquei no meio termo durante muito tempo até que o livro teve um fim e até hoje me pego refletindo sobre a história,  não apenas pelo Will e pela Lou, mas por todas as pessoas que passam por essas provações todos os dias, que são reais e que às vezes não tem um final feliz.

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