01/12/2017

[Resenha] Londres é nossa - Sarra Manning


Sinopse: Uma divertida e acelerada carta de amor a Londres, a garotos e a alucinantes noites em claro. Sunny sempre foi um pouco ingênua, até meio molenga. Mas quando recebe a foto de seu namorado beijando outra garota em seu celular, ela sabe exatamente o que fazer: encontrá-lo e terminar tudo. Só que... será que Mark não tem uma explicação para isso tudo? Eles estavam indo tão bem... Agora, Sunny precisa achar o rapaz em pleno sábado à noite em uma das cidades mais movimentadas do mundo. O que antes parecia uma tarefa simples virou uma verdadeira corrida maluca por Londres. No caminho, Sunny conhece um condutor de riquixá, grupo de dragqueens, sua banda girl power favorita e, principalmente, os Goddar – os gêmeos (primos) franceses mais misteriosos e descolados de Londres.

Autora: Sarra Manning    
Editora: Galera Rocord
Páginas: 266
Classificação: 4/5



“Londres é Nossa!” narra de maneira leve uma desilusão amorosa daquelas, pois Sunny descobre que seu até então super fofo namorado Mark a está traindo com uma menina de shortinho curto, a protagonista tem duas opções 1) Ir para casa e chorar até desidratar acompanhada de um pote de sorvete e música triste 2) Ir atrás do embuste e mostrar para ele com quantos paus se faz uma canoa. Sunny decide lógico pela segunda opção e nos leva para uma aventura de 12 horas cheia de desencontros, descobertas, diversão e autoconhecimento.


“Ninguém se atreveria a aprontar com uma garota dessas.E eu sou essa garota e cansei de ver as pessoas aprontando comigo.Hoje vou mandar nas ruas.Hoje vou correr riscos sem restrições”


Eu tirei muitas coisas positivas desse livro, mesmo sendo uma narrativa leve e os temas serem tratados com uma sutileza impressionante é notório as discussões sobre feminismo, racismo, autoestima, entre outros. O livro começa com uma vontade de dar um pé na bunda do até então namorado, mas ao longo da narrativa se torna uma busca por si mesma, Sunny descobre dentro de si uma personalidade que sempre deixou adormecida, ela conhece uma menina capaz de dizer o que pensa, ser forte e decidida. Vocês precisam saber que a protagonista é mestiça (mãe branca e pai negro) e pelo que percebi em Londres isso é bem acentuado, a partir daí ganhamos algumas lições de racismo, sabe aquele velado, sem intenção de ofender? Então, esse mesmo e pasmem algumas vezes isso vem do lado negro da família dela, ou seja, podemos todos ser racistas independente da nossa cor da pele. Outro assunto levantado e bem perceptível é a sororidade, sobre isso vocês precisam ler o livro para entender, no mais essa é uma história sobre a libertação da Sunny para se aceitar e ser quem realmente é.

Nota: O que é sororidade? É a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo.

No começo eu achei a protagonista uma boba, deu vontade de bater com a cabeça dela na parede (nossa quanta violência), me irritou um pouco a forma egoísta como ela age em alguns momentos, porém eu já fui adolescente, já fiz coisas inconsequentes e egoístas, então consigo compreender os motivos que levaram Sunny a ser um pé no saco algumas vezes. Esse é o problema do YA para pessoas que já passaram dessa fase, ficamos abismadas com a facilidade que os adolescentes têm de fazer cagada, de tomar decisões erradas e de se deixar magoar, mas a solução desse problema é simples, pelo menos para mim, procuro sempre lembrar que já tive 17 anos e que muito do que me irrita hoje eu fiz ontem e precisamos cagar tudo para depois limpar nossa bagunça e aprender com nossos erros, irrita, mas faz parte do processo de amadurecimento. E por falar em amadurecimento em 12 horas Sunny amadureceu anos, eu fiquei muito contente com a evolução da personagem e por ela chegar ao objetivo da jornada muito forte e segura de si.

O livro é narrado em primeira pessoa, então temos total acesso aos pensamentos e sentimentos da protagonista o que facilita na empatia, mesmo eu não conseguindo me conectar com a história como gostaria pude compreender todos os motivos por trás de cada ação e isso foi um ponto positivo para mim. A história flui, é bem movimentada e não fica parada por um minuto, tornando a leitura bem fácil e agradável. A meu ver o objetivo de passar uma lição positiva e entreter o leitor foi atingido com êxito pela autora e fico contente em dizer que esse livro superou minhas expectativas.

 “Todos se escondem. Todos procuram causar uma impressão. Toda pessoa tem momentos em que se sente carente ou assustada, ou em que acha que poderia ser uma versão melhor de si própria. “


Algo que eu gostaria de falar é: Não esperem pontos turísticos nesse livro, conhecemos uma Londres local, lugares frequentados pelos moradores da cidade e em cada novo lugar que a jornada de Sunny nos leva conta com uma introdução da história do lugar, achei o máximo conhecer e enxergar Londres desse ângulo, outro ponto positivo da narrativa com certeza.

 Para terminar digo que esse livro tem minha recomendação para quem procura histórias leves e esteja disposto a relevar idiotices características da idade, vale muito a pena conhecer Londres por essa perspectiva, aprender com a Sunny sobre amizade, lealdade, amor, sororidade e auto estima. Leiam sem medo e se deixem levar pelas descobertas, pela diversão e pela beleza da liberdade.

Beijos e até a próxima!

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