15/10/2017

[Resenha] Os quatro cavaleiros - Veronica Rossi


Sinopse: O que você faria se descobrisse que se tornou um dos Cavaleiros do Apocalipse? Da mesma autora da Trilogia Never Sky. Nada além da morte pode impedir Gideon Blake de conquistar seu objetivo de se tornar um soldado americano. Bem, o problema é que ele morreu. Por algum tempo. Enquanto se recupera do acidente que deveria ter sido fatal, Gideon nota que seus ferimentos estão cicatrizando muito rapidamente. É um milagre. Se você considerar um milagre o fato de se tornar um dos quatro cavaleiros do Apocalipse. Gideon é Guerra. E ele precisa se unir aos outros cavaleiros, Fome, Morte e Peste, para, juntos, proteger uma chave que a Ordem quer ter em mãos para abrir as portas de um reino infernal na Terra, ameaçando escravizar todos os humanos.

Autora: Veronica Rossi
Editora: Galera Record
Páginas: 350
Classificação: 4/5


Acredito muitos conheçam a passagem bíblica dos quatro cavaleiros do apocalipse ou viram os episódios de Sobrenatural sobre eles, mas para quem não conhece tem ai em baixo uma breve, bem breve mesmo explicação que eu retirei do Wikipédia.

“Os Quatro Cavaleiros são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Os quatro cavaleiros do apocalipse são Peste, Guerra, Fome e Morte. Que para os cristãos vai acontecer antes do fim de todas as coisas.

A história começa já falando que as coisas não aconteceram como planejado já que o personagem principal Gideon, mas podemos chama-lo de guerra, está amarrado em uma cadeira e sendo fortemente medicado com a “droga da verdade” e a partir do interrogatório conhecemos sua história e de seus quatro companheiros fome, morte, peste e a seletora.

No começo como alternamos entre passado e presente eu fiquei um pouco incomodada, pois no meio da narrativa o Gideon era interrompido pelos seus captores e isso quebrava um pouco o clima, mas com o tempo eu percebi que tinha um propósito para isso e acabou que me acostumei e passei a apreciar esse formato. A narrativa é feita em primeira pessoa e mesmo sendo relatado pelo Gideon ele imerge em suas lembranças e partilha com o leitor todos os seus pensamentos e sentimentos, tornando mais fácil a compreensão de suas ações, mesmo as mais babaquinhas. Vocês devem está pensando que esse “spoiler” de saber que já deu ruim estraga a história, mas é o contrário a tensão é saber o porquê deu tudo errado, onde eles vacilaram e o que fizeram, como se conheceram e por ai vai, a jornada é mais importante que o resultado final nesse caso.

“O mal em pessoa está a solta. Corremos perigo...e não estou falando dos cidadãos norte-americanos. Estou falando da humanidade. Estou falando de todo mundo.”

Achei a escrita da Veronica muito envolvente, esse foi meu primeiro contato com o trabalho da autora e me agradou muito, ela não peca em ser minuciosamente descritiva, mas também não peca pelo contrário, soube dar personalidades distintas para cada personagem, alguns foram menos explorados devido à ordem com que foram se reunindo, mas acredito que nos próximos livros isso será corrigido. Algo que me deixou um pouco assim foi o salto de tempo que tivemos no final, pareceu para mim que faltou preencher alguma coisa, faltaram algumas respostas também o que me deixa doida e cheia de perguntas, mas pode ter sido intencional para aguçar a curiosidade para os próximos livros, mesmo assim eu não curti muito isso.

Antes de começar a ler eu procurei umas resenhas e uma coisa fez com que eu começasse com o pé atrás e bem desanimada, a resenha dizia que o romance era forçado, que o entrosamento não funcionou e tal. A meu ver isso foi à forma dela de enxergar as coisas, pois para mim às coisas aconteceram em um ritmo muito legal e o romance não tem destaque e nem tira o foco do que é importante, muito pelo contrário é através dele que o protagonista se vê questionando seu atos e toma algumas lições de moral, Gideon em nenhum momento coloca o que ele sente acima da missão, afinal ele é um soldado e a missão é tudo o que importa. Lógico que passamos uma raivinha e que existem umas babaquices no meio, mas não senti esse desgosto, enfim, não me apeguei ao casal, se não tivesse envolvimento romântico nenhum também não faria diferença, não me desagradou e nem me agradou ao ponto de se tornar indispensável.

“Fui tomado por uma raiva que nunca sentira antes. Uma fúria incandescente que se espalhava pelos meus músculos gelados e trêmulos.”

O ritmo é bem intenso, tem sempre muita coisa acontecendo e mesmo quando temos um descanso não temos descanso nenhum. Eu adorei o livro por se tratar de uma história que poderia ter seguido um outro caminho, mas se tornou algo leve, envolvente e bem positivo, os capítulos curtos foram um bônus e me ajudaram a devorar esse livro em três dias, as últimas 140 páginas eu li em uma manhã enquanto esperava para ser atendida pelo médico.

Algo interessante que gostaria de falar, pode não ter importância nenhuma, na verdade não tem, mas vou dizer mesmo assim, a autora não usa a ordem correta dos cavaleiros, algo que eu achei que aconteceria (Peste, Guerra, Fome e Morte) ela fez do jeito dela e deu certo, só achei interessante compartilhar. Já que estou falando da ordem que eles se conhecem vou aproveitar e dizer que cada um tem uma história, nada que os liguem a princípio e a convivência é um pouco estranha no começo, eles não se conhecem então a confiança é algo construído, mas antes disso rola muita briga e cenas hilárias, o foco fica com Sebastian (qual cavaleiro ele é?) que deixa a narrativa mais leve e todos os outros mais unidos.

No mais essa é uma história digna de ser lida e recomendada, espero que vocês deem uma chance a ela e que esses cavaleiros te encantem como me encantaram.

Beijos e até a próxima!

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