Sinopse: Mallory viveu muito tempo
em silêncio. Mas o destino lhe reserva um novo desafio. E ela percebe que está
na hora de encontrar a própria voz. Já na infância, Mallory Dodge percebeu que
só poderia sobreviver se ficasse calada. Teve que aprender a ficar o mais
quieta possível. Aprendeu a passar despercebida. A se esconder. Mas agora, após
ter sido adotada por pais amorosos e dedicados, ela precisa enfrentar um novo
desafio: sobreviver ao último ano do Ensino Médio numa escola de verdade. O que
Mallory não imaginava é que logo no primeiro dia de aula daria de cara com um
velho amigo que não via desde criança, quando viviam juntos no abrigo. E começa
a notar que não é a única que guarda cicatrizes do passado, além de uma paixão
adormecida e inevitável.
Autora: Jennifer L. Armentrout
Editora:
Galera Record
Páginas: 392
Classificação:
4/5
Assim que pus meus olhos nessa capa já fiquei apaixonada, a princípio
ele não seria lido imediatamente, mas pensei “vou ler o primeiro capitulo aqui
rapinho só para saber mais ou menos como será a história” e quando vi já estava
terminando.
Conhecemos a protagonista Mallory indo para seu primeiro dia de aula na
escola pública para começar o último ano, ela foi educada em casa até então,
coisa comum nos EUA. Somos apresentados a uma menina com problemas para se
expressar, ou seja, ela tem problemas para colocar para fora em palavras o que
gira em sua cabeça. Devido a uma infância difícil vivendo em lar provisório e
sendo maltratada ela tem problemas pós-traumáticos, de confiança e procura
sempre ser perfeita para a família que a adotou. Nos tempos atuais ela tem uma
vida confortável e feliz, nada mais lembra seu passado doloroso, alias nada de
bom vem desse passado a não ser Rider o menino que prometeu que a protegeria
para sempre, mas que foram separados há quatro anos até que ele aparece em uma
de suas aulas e depois disso é história, uma história que eu vou deixar a
própria Mallory contar para vocês.
No começo fiquei com um pé atrás pela protagonista não falar muito,
pensei que os diálogos ou a falta deles poderia ser um problema, mas a autora
soube trabalhar muito bem essa característica da personagem e não tiveram
problemas, pelo contrário, eu achei maravilhosos.
" Rider tinha dito que nada é para sempre, mas algumas coisas, algumas cicatrizes, são profundas demais para desaparecer."
A narrativa é feita em primeira pessoa pelos olhos da Mallory e estar
dentro da cabeça dela foi o que fez dessa leitura tão prazerosa, saber o
esforço que a personagem emprega para que cada palavra seja dita faz toda a
diferença. Se esse livro fosse escrito
em terceira pessoa não teria funcionado, mas como não é o caso o leitor tem a
oportunidade de torcer, se emocionar e sentir junto com ela cada momento,
comemorar suas vitórias e querer consola-la em suas derrotas.
Eu assustadoramente me identifiquei muito com a protagonista, quem me
ver escrever uma bíblia aqui no blog não imagina o quanto eu sou tímida. Por
isso eu entendi muito os dilemas de comunicação dela, foi assustador na
verdade, porém foi gratificante ver o quanto a Mallory evoluiu ao longo da
narrativa, foi inspirador a ver tomar fôlego e ultrapassar seus limites, vê-la
se aceitando e se autoconhecendo ao longo das páginas e no fim me deparar com
outra pessoa, não maravilhosa, mas perfeita em suas imperfeições.
" Nós todos acreditamos ter a garantia de que as coisas que amamos vão durar para sempre. Mas o problema do para sempre é que ele realmente não existe."
Diferente do que eu esperava Rider não é um bad boy gostosão, na verdade
ele é o garoto que protege, não apenas Mallory, mas todos ao seu redor. O
personagem é cheio de questões que são exploradas muito lentamente ao longo da
história. Rider não tem perspectiva e esperança no futuro, mesmo sendo muito
inteligente e talentoso. Achei a construção do personagem ótima, suas
rachaduras internas devido à infância difícil, quando por fora ele está inteiro
e se comporta como se estivesse tudo as mil maravilhas, ele não consegue
enxergar seu potencial e isso me irritou um pouquinho, mas já era de se
esperar. Enfim, o livro é muito sobre Mallory, mas também é muito sobre Rider,
por isso não posso falar muito dele para não estragar a história, mas ele é sem
dúvida um personagem incrível.
Os demais personagens fazem dessa história completa, cada um com seus
dilemas e características próprias. Não vou destacar ninguém em especial, pois
não seria justo já que cada personagem contribuiu para narrativa a sua maneira
e a meu ver tiveram igual importância no desenrolar da trama.
O livro trata não apenas de romance e reencontro, ou dos problemas da
Mallory com a fala, “O problema do para sempre” é um YA bem complexo, trás
alguns assuntos bem importantes, alguns fogem um pouco da nossa realidade e
outros são tapas na cara, mas todos são importantes e merecem seu espaço para
discussão e conhecimento.
Adorei a maneira que a história vai ganhando forma, vai desenrolando com
simplicidade e por mais que um ou outro clichê esteja presente esse é de fato
um livro único. Alguns podem achar um tanto monótono já que se trata do dia a
dia da protagonista e suas questões como pessoa, mas para mim foi realmente
incrível conhecer essa história e vibrar com cada pequena vitória dela.
" Ele havia prometido que estaria do meu lado para sempre. Mas eu acreditava que havia dois tipos de para sempre. O tipo bom. E o tipo ruim."
Enfim, “O problema do para sempre” veio para salientar a escrita da
Jennifer, que me ganhou na saga Lux com sua fantasia maravilhosa e me fidelizou
mostrando que pode escrever vários gêneros, respeitando a diferença de cada um
e se adaptando para escrever algo realmente encantador.
Preciso dizer que recomendo muito a leitura? O livro é realmente muito
bom, da capa linda e significante, passando pela diagramação simples e confortável,
indo pelas folhas amarelas e de boa gramatura e terminando na escrita fluida,
simples e prazerosa da Jennifer. Não deixem de colocar esse livro na lista de
leitura, porque vale muito a pena.
Beijos e até
a próxima!
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