04/03/2018

[Resenha] O problema do para sempre - Jennifer L. Armentrout


Sinopse: Mallory viveu muito tempo em silêncio. Mas o destino lhe reserva um novo desafio. E ela percebe que está na hora de encontrar a própria voz. Já na infância, Mallory Dodge percebeu que só poderia sobreviver se ficasse calada. Teve que aprender a ficar o mais quieta possível. Aprendeu a passar despercebida. A se esconder. Mas agora, após ter sido adotada por pais amorosos e dedicados, ela precisa enfrentar um novo desafio: sobreviver ao último ano do Ensino Médio numa escola de verdade. O que Mallory não imaginava é que logo no primeiro dia de aula daria de cara com um velho amigo que não via desde criança, quando viviam juntos no abrigo. E começa a notar que não é a única que guarda cicatrizes do passado, além de uma paixão adormecida e inevitável.

Autora: Jennifer L. Armentrout
Editora: Galera Record
Páginas: 392
Classificação: 4/5


Assim que pus meus olhos nessa capa já fiquei apaixonada, a princípio ele não seria lido imediatamente, mas pensei “vou ler o primeiro capitulo aqui rapinho só para saber mais ou menos como será a história” e quando vi já estava terminando.

Conhecemos a protagonista Mallory indo para seu primeiro dia de aula na escola pública para começar o último ano, ela foi educada em casa até então, coisa comum nos EUA. Somos apresentados a uma menina com problemas para se expressar, ou seja, ela tem problemas para colocar para fora em palavras o que gira em sua cabeça. Devido a uma infância difícil vivendo em lar provisório e sendo maltratada ela tem problemas pós-traumáticos, de confiança e procura sempre ser perfeita para a família que a adotou. Nos tempos atuais ela tem uma vida confortável e feliz, nada mais lembra seu passado doloroso, alias nada de bom vem desse passado a não ser Rider o menino que prometeu que a protegeria para sempre, mas que foram separados há quatro anos até que ele aparece em uma de suas aulas e depois disso é história, uma história que eu vou deixar a própria Mallory contar para vocês.

No começo fiquei com um pé atrás pela protagonista não falar muito, pensei que os diálogos ou a falta deles poderia ser um problema, mas a autora soube trabalhar muito bem essa característica da personagem e não tiveram problemas, pelo contrário, eu achei maravilhosos.

" Rider tinha dito que nada é para sempre, mas algumas coisas, algumas cicatrizes, são profundas demais para desaparecer."

A narrativa é feita em primeira pessoa pelos olhos da Mallory e estar dentro da cabeça dela foi o que fez dessa leitura tão prazerosa, saber o esforço que a personagem emprega para que cada palavra seja dita faz toda a diferença.  Se esse livro fosse escrito em terceira pessoa não teria funcionado, mas como não é o caso o leitor tem a oportunidade de torcer, se emocionar e sentir junto com ela cada momento, comemorar suas vitórias e querer consola-la em suas derrotas.

Eu assustadoramente me identifiquei muito com a protagonista, quem me ver escrever uma bíblia aqui no blog não imagina o quanto eu sou tímida. Por isso eu entendi muito os dilemas de comunicação dela, foi assustador na verdade, porém foi gratificante ver o quanto a Mallory evoluiu ao longo da narrativa, foi inspirador a ver tomar fôlego e ultrapassar seus limites, vê-la se aceitando e se autoconhecendo ao longo das páginas e no fim me deparar com outra pessoa, não maravilhosa, mas perfeita em suas imperfeições.

" Nós todos acreditamos ter a garantia de que as coisas que amamos vão durar para sempre. Mas o problema do para sempre é que ele realmente não existe."

Diferente do que eu esperava Rider não é um bad boy gostosão, na verdade ele é o garoto que protege, não apenas Mallory, mas todos ao seu redor. O personagem é cheio de questões que são exploradas muito lentamente ao longo da história. Rider não tem perspectiva e esperança no futuro, mesmo sendo muito inteligente e talentoso. Achei a construção do personagem ótima, suas rachaduras internas devido à infância difícil, quando por fora ele está inteiro e se comporta como se estivesse tudo as mil maravilhas, ele não consegue enxergar seu potencial e isso me irritou um pouquinho, mas já era de se esperar. Enfim, o livro é muito sobre Mallory, mas também é muito sobre Rider, por isso não posso falar muito dele para não estragar a história, mas ele é sem dúvida um personagem incrível.

Os demais personagens fazem dessa história completa, cada um com seus dilemas e características próprias. Não vou destacar ninguém em especial, pois não seria justo já que cada personagem contribuiu para narrativa a sua maneira e a meu ver tiveram igual importância no desenrolar da trama.

O livro trata não apenas de romance e reencontro, ou dos problemas da Mallory com a fala, “O problema do para sempre” é um YA bem complexo, trás alguns assuntos bem importantes, alguns fogem um pouco da nossa realidade e outros são tapas na cara, mas todos são importantes e merecem seu espaço para discussão e conhecimento.

Adorei a maneira que a história vai ganhando forma, vai desenrolando com simplicidade e por mais que um ou outro clichê esteja presente esse é de fato um livro único. Alguns podem achar um tanto monótono já que se trata do dia a dia da protagonista e suas questões como pessoa, mas para mim foi realmente incrível conhecer essa história e vibrar com cada pequena vitória dela.

" Ele havia prometido que estaria do meu lado para sempre. Mas eu acreditava que havia dois tipos de para sempre. O tipo bom. E o tipo ruim."

Enfim, “O problema do para sempre” veio para salientar a escrita da Jennifer, que me ganhou na saga Lux com sua fantasia maravilhosa e me fidelizou mostrando que pode escrever vários gêneros, respeitando a diferença de cada um e se adaptando para escrever algo realmente encantador.

Preciso dizer que recomendo muito a leitura? O livro é realmente muito bom, da capa linda e significante, passando pela diagramação simples e confortável, indo pelas folhas amarelas e de boa gramatura e terminando na escrita fluida, simples e prazerosa da Jennifer. Não deixem de colocar esse livro na lista de leitura, porque vale muito a pena.

Beijos e até a próxima!

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