27/01/2013

[Resenha] A menina que não sabia ler - John Harding


Sinopse: 1891. Nova Inglaterra. Em uma distante e escura mansão, onde nada é o que parece, a pequena Florence é negligenciada pelo seu tutor e tio. Guardada como um brinquedo, a menina passa seus dias perambulando pelos corredores e inventando histórias que conta a si mesma, em uma rotina tediosa e desinteressante. Até que um dia Florence encontra a biblioteca proibida da mansão. E passa a devorar os livros em segredo. Mas existem mistérios naquela casa que jamais deveriam ser revelados. Quem eram seus pais? Por que Florence sonha sempre com uma misteriosa mulher ameaçando Giles, seu irmão caçula? O que esconde a Srta. Taylor? E por que o tio a proibiu de ler? Florence precisa reunir todas as pistas possíveis e encontrar respostas que ajudem a defender seu irmão e preservar sua paixão secreta pelos livros  únicos companheiros e confidentes antes que alguém descubra quem ousou abrir as portas do mundo literário. Ou será que tudo isso não seria somente delírios de uma jovem com muita imaginação?

Autor: John Harding
Editora: LeYa
Páginas: 282
Classificação: 1/5


Até que enfim essa resenha vai sair, demorei muito para ler esse livro e dessa vez não tenho como desculpa que ele é extenso, pois não é. Eu pensei que por ser um livro curto eu conseguiria terminar em menos de uma semana, contando com toda minha rotina que requer atenção e tempo, enfim não foi isso que aconteceu e agora vou falar o motivo.

Comprei esse livro em uma promoção do Submarino (R$ 11.90), capa linda, precinho bacana, nome interessante e uma sinopse que gera certa curiosidade. Sendo assim imaginei que ia curtir muito a leitura, mas quem disse que eu passava do terceiro capitulo? Eu empaquei de uma forma assustadora, toda vez em que pensava em ler me batia uma preguiça de outro mundo e assim o que era para durar uma semana se tornou uma tortura.

"Ninguém passa por essa vida ou mesmo por parte dela sem que algo esteja escrito em algum lugar."

Primeiro ponto é que a menina em questão sabia ler e diferente do que parece quando se lê a sinopse a historia não gira em torno dos livros e sim da imaginação da protagonista.  Eu achei a historia bem arrasta e muito desinteressante, talvez por que a protagonista tem apenas 12 anos, ou pela escrita do autor não ter me agradado, o que importa é que não aconteceu e eu terminei esse livro na pura força da teimosia, simples assim.

Conforme fui evoluindo na leitura algumas coisas começaram a chamar minha atenção, um mistério surgiu e foi nesse momento que eu comecei a ler mais rápido, vislumbrei uma salvação para a narrativa e e fui à busca disso.

Eu não falei acima mais esse livro é dividido em duas partes, na primeira o foco são os pensamentos e os dias monótonos de uma menina que se preocupa demasiadamente com o irmão menor, é negligenciada pelo tio, vive em uma casa de certa forma abandonada, proibida de ser instruída e que descobre na biblioteca um prazer e uma forma de passar o tempo, dessa forma ela aprende a ler sozinha e por anos ela devora os livros que ali estão, o que me deixou muito incomodada é que ninguém da casa (os criados) percebe que a pessoa com a qual eles têm que ser responsável sumiu por horas.

O Autor ensaia um mistério com os pais da menina e foi nesse momento que eu me interessei mais, só que infelizmente isso não foi para frente e dai por diante foi ladeira abaixo, primeiro que o bendito tio não aparece em momento nenhum na historia e eu esperei bastante por sua aparição, por uma explicação do porque ele não cuidava dos sobrinhos, mas isso fica esquecido tempo demais, até que o livro acaba.

"Amaldiçoei-o por ter entrado em minha vida e por todos os inconvenientes e, ao mesmo tempo, vi-me sentindo sua falta e desejando que estivesse ali."

Começamos a Segunda parte do livro a qual eu chamo de “parte negra”. Nessa parte conhecemos a nova preceptora a Senhora Taylor que é uma mulher misteriosa, de novo um respiro de esperança que a história ia se desenvolver. Nesse momento da narrativa a imaginação da pequena Florence (a protagonista) sai do rumo e ela começa a ficar doida, o que antes era apenas uma preocupação pelo irmão se torna uma coisa sem limites, o que de certa forma é compreensível, já que por ele ser a única família que lhe resta ela sente um ciume possessivo do pequeno.

Dai por diante é que a historia fica muito confusa, Florence começa a fantasiar muito em relação à senhora Taylor achando que ela quer roubar o menino e  come-lo, que ela é uma bruxa, ou simplesmente quer roubar o seu irmão, o que de certa forma foi provado com uma explicação nada convincente e sem nexo. E no final de tudo eu descobri por meios próprios que Florence é completamente louca e muito inteligente, acho realmente que estamos falando de algum tipo de psicopatia devido a inteligencia e frieza de uma menina tão novinha. Gostaria de esclarecer que quando digo que descobri por meios próprios quero dizer que deduzi, pois o autor não responde absolutamente NADA.

“Eu me sinto em casa com todos esses livros em torno de mim. É como estar entre amigos. São tantas histórias que posso imaginar me baseando nas imagens. Quem tem imaginação, nunca será prisioneiro.”

     Acredito que não preciso dizer que não gostei do livro e de coração não recomendo, mas acho importante vocês darem uma lida em outras opiniões antes de decidirem, ou se joguem e vejam se para vocês a leitura funciona, infelizmente não foi o meu caso e eu me despeço de vocês com um gusto amargo na boca, mas já pronta para me recuperar em uma nova leitura.

Beijos e até a próxima!

3 comentários:

  1. Sempre tive muita vontade de ler esse livro, agora vou pensar duas vezes antes de comprar.

    http://helofinato.blogspot.com.br/

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  2. Eu li esse livro há alguns meses, e nossa achei terrível. Uma estória sem pé nem cabeça onde as únicas partes que achei interessante, que eram sobre os pais dela e o tio, não foram desenvolvidas. Uma grande frustração mesmo! ><

    http://pamellatkinson.blogspot.com.br/

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  3. Oi, bom, para começar, eu tenho que dizer que esse livro é o meu livro favorito. Eu achei a narrativa dele gostosa na primeira parte, não monótona (mas as partes dos cobertores, de ficar vigiando a entrada e etc. foram muito maçantes). Já na "parte negra", o livro foi viciante. Depois de ler a sua resenha, e um comentário em uma outra resenha, eu percebi que achar ou não achar a narrativa boa era questão de gostos. Mas, o que eu descordo com você com todas as minhas forças é que o livro não explica nada, que é sem nexo. A resenha do Luz Sobre a Escrivaninha e a própria Florence destacam que o livro é para o bom entendedor. Para exclarecer algumas coisas que você não entendeu, eu vou deixar o que eu entendi do final. Não cheguei à essas conclusões por mim próprio, nem com a ajuda de alguém, mas lendo e relendo o livro, analisando... Eu não posso dizer como eu sei que as minhas teorias estão certas, mas elas estão, e cheguei à elas antes de um fato acontecer, então eu tenho liberdade para contá-las aqui.
    TÍTULO: O título do livro foi mudado pela editora LeYa. O título original é "Florence and Giles". O livro é uma nova versão do clássico de Henry James, "A Volta do Parafuso": Florence (Flora), Giles (Miles), Sra. Grouse (Sra. Grose), Blithe House (Bly), Srta. Taylor (Governanta), Srta. Whitaker (Sra. Jessel).
    FLORENCE: A Florence, como você disse, é uma maluca, obssecada pelo irmão, e assombrada pela morte da srta. Whitaker. Uma menina que vivia em um lugar tão gótico, e lia livros góticos, só podia dar merda mesmo. Há a possibilidade da srta. Taylor dopar a Florence nos seus piquiniques.
    SRTA. TAYLOR: A mulher que levou a minha imaginação ao alto, que era a personificação dos meus pesadelos, é a mãe de Giles, esposa do tio de Florence, que não é tio, é pai das crianças. Perceba que na conversa que a mãe de Theo tem com Florence, ela revela que já se encontrou com a madrasta da menina, e quando a mãe do Theo vai à mansão, a srta. Taylor fingi passar mal para não vê-la. E também tem as duas cenas das fotos, se concentre nelas. Quanto à mãe de Florence, acho que morreu no parto, como Florence cita.
    WHITAKER: A srta. Whitaker foi até o lago com Florence para pegar uma bola que havia caído ali. Veja as coincidências nas mortes das preceptoras: Florence fingi que Giles caiu dentro do poço, atraindo Taylor para lá (fato consumado); Florence joga a bola na água de propósito (minha teoria); Srta. Taylor se inclina para ver Giles; Srta. Whitaker se inclina para pegar a bola; Florence ataca a srta. Taylor com um pedaço de madeira; Florence bate na cabeça de Whitaker com um remo de madeira; Srta. Taylor cai no poço, se afogando; Srta. Whitaker cai na água, se afogando. Mais outro fator para a loucura de Florence: a pressão do peso de um assassinato.
    O REGIME DE TAYLOR: Porque a srta. Taylor não comia eu não sei, mas talvez, para não ser envenenada por Florence, eu acho.
    ESPELHOS: As cenas dos espelhos e do lago representam o "sentido-aranha" da Florence. Quando ela via a srta. Taylor na água, eram os seus sentidos apurados, avisando que a srta. Taylor era a mulher que havia morrido no barco, não srta. Whitaker, mas sim a sua madrasta, que não havia morrido coisa nenhuma. A Florence via Taylor nos espelhos porque elas são exatamente iguais, e lutam pela mesma coisa. Ambas são cultas, ambas são fascinadas por Giles, quando se trata dele, ela podem ser assassinas, cruéis, dissimuladas, mentirosas...
    Te dou uma dica, pegue o livro e releia ele em uma tarde inteira, com calma, se lembrando de tudo que eu citei.
    Links de duas grandes resenhas sobre esse livro:
    LUZ SOBRE A ESCRIVANINHA:
    http://literatura.atarde.uol.com.br/?tag=a-menina-que-nao-sabia-ler
    PSYCHOBOOKS:
    http://www.psychobooks.com.br/2010/12/psychobooks-convida-roberta-polito.html
    PARA ENTRAR EM CONTATO COM O AUTOR:
    http://www.john-harding.co.uk/

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