[Resenha] Como se livrar de um vampiro apaixonado - Beth Fantaskey

Sinopse: Casar-se com um vampiro certamente não estava nos planos de Jessica Packwood para seu último ano escolar. Mas quando um novo aluno esquisitão (e muito gato) chamado Lucius Vladescu aparece do nada, dizendo que Jessica pertence à realeza vampírica e está prometida em casamento a ele, futuro líder do clã mais poderoso dos vampiros, ela é obrigada a rever seus conceitos. Se a garota ainda nem beijou na boca, como pode sequer pensar em um compromisso eterno? Armada com uma autoconfiança recém-adquirida, Jessica passa por uma transformação drástica de adolescente nerd americana para princesa vampira europeia nessa sátira cheia de reviravoltas e surpresas.

Autora: Beth Fantaskey 

Editora: Sextante

Páginas: 295

Classificação: 5/5

Sabe quando você toma consciência de algo e fica impossível se desligar disso depois? Foi isso que aconteceu comigo e Como se livrar de um vampiro apaixonado, depois que eu o vi na livraria fui automaticamente atraída pelo título (sim eu gosto de vampiros) e foi me dando uma vontade crescente de ter ele nas minhas mãos e toda hora ele pulava na minha frente até comprei e ele ficou guardado até que eu finamente me dei o direito de me envolver com Lucius e Jessica.

Uma história envolvente que gira em torno de uma adolescente americana até então comum e um homem/adolescente Romeno misterioso e envolvente. A narrativa é muito boa, o ritmo do livro é constante, nunca fica entediante com aquela famosa encheção de linguiça e mesmo assim as descrições são muito detalhadas, impossível não se encantar já que o livro cumpre sua função sendo uma leitura leve e divertida, excelente para passar o tempo.

"Como um estranho de cabelos escuros escondido em meio à névoa saberia sobre o passado dela?" 

Algo importante de dizer é que não devemos comprar esse livro com Crepúsculo ou qualquer outro com a mesma temática, a autora pegou carona no sucesso dos sugadores de sangue e criou sua própria história que possui muita personalidade.

Diferente do que possa parecer devido ao título o livro não gira em torno do vampirismo, por algum tempo esse não é o foco, mesmo que o assunto esteja sempre presente. A história se concentra muito nas escolhas que os personagens principais devem fazer. De começo Jess é bem cética com toda a história de Lucius ser um vampiro ela uma noiva prometida, então ela fica muito relutante e fechada, impedido a todo custo que ele entre na sua vida de alguma maneira. Eu gostei muito da construção dos personagens e me afeiçoei bastante a Jessica e sua humanidade a necessidade adolescente de querer se encaixar ao padrão ao mesmo tempo que bem convicta de suas ideias. Já Lucius é arrogante e encantador, talvez um pouquinho antiquado já que foi criado por anciões vampiros fazem dele um cavalheiro a moda antiga e esse contraste é muito interessante.

"O que é o amor, senão uma forma de alquimia? Existem forças no Universo que simplesmente não somos capazes de explicar."

Uma coisa que não passa despercebida é a evolução dos personagens ao longo da narrativa, o que no começo era repulsa se torna amor, o que era obrigação se torna prazer, o que era poder se torna cuidado e o que era certeza se torna dúvida. Conforme as barreiras da Jessica vão cedendo ela se envolve mais com o Lucius e isso gera muito conflito interno e vemos aos poucos ela aceitando não apenas ele, como também seu passado e sua origem e aos poucos Jessica vai se tornando Antanasia bem diante dos nossos olhos. Lucius também muda bastante, a liberdade dos EUA e a ideia de ser um adolescente comum, o verdadeiro amor por Antanasia (Jessica) e o envolvimento sentimental com os pais dela fazem ele questionar seus planos e suas certezas, mudando o rumo da história.

A narrativa é feira em primeira pessoa pela Jessica, mas podemos entender melhor Lucius e ver um pouco seu modo de pensar pelas cartas que ele escreve para o tio. São cartas que me fizeram rir bastante, no começo ele reclama da comida, tem uma indignação com a palavra legal, não entende os costumes dos adolescentes americanos despreocupados e sente falta do seu modo de vida, mas vamos vendo seus sentimentos mudando conforme o tempo passa e ter isso em palavras é bem interessante.

“Sofrimento. O maior sofrimento que eu poderia imaginar. Como se um buraco tivesse sido aberto na minha alma.”

Para terminar essa resenha quero dizer duas coisas rápidas a primeira é que a frase “a gente só dá valor quando perde” faz muito sentido nesse livro e que mesmo com o título bobo a história é muito boa e a leitura pode ser muito prazerosa, eu particularmente gostei muito.

Beijos