Sinopse: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de
todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como
contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o
governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos.
Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem
a doença é viver sem dor, sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e
segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade
e um marido lhe será designado, ela nunca mais precisará se preocupar com o
passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições
das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as
patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando
apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece, Lena se
apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar, mas,
depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?
Autora: Lauren Oliver
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
Classificação: 3/5
Minha
relação com Delírio foi amor à primeira vista, eu entrei na livraria e lá
estava ele em um canto qualquer da Saraiva, naquele momento eu soube que eu
tinha que comprar aquele livro, pois eu precisava ter aquela capa linda na
minha estante. Li a sinopse e percebi que além de beleza o livro tinha uma
premissa muito boa. Fiz uma promessa silenciosa dizendo que voltaria para
compra-lo (ou pela internet) e fui embora, um ano depois eu encontrei o livro
em uma promoção de arrasar corações e comprei, meses depois da compra
finalmente estou aqui para contar a minha opinião para vocês.
Delírio
conta a história de Lena, uma menina que vive em um mundo distópico onde o amor
é o grande vilão, a doença Deliria nervosa causa transtornos sérios para a vida
não só do infectado, como também de toda a família, em alguns casos levando até
a morte.
“Todo mundo em quem confiamos, todos aqueles com os quais pensamos que podemos contar, com o tempo acabam nos decepcionando.”
Diferente
de outras distopias que eu já li, Lena não é contra o sistema, muito pelo
contrário, o sonho dela é ser curada e isso me deixou bastante irritada. Lendo
os pensamentos dela parecia que eu estava sofrendo uma lavagem cerebral, ela
queria a cura com tanta força que em alguns momentos eu cheguei a acreditar que
talvez fosse uma coisa boa, mas cai na real e percebi que estava vendo a
história com os olhos errados e mesmo Delírio sendo narrado em primeira pessoa
eu me obriguei a enxergar de fora, ver o mundo de Lena com meus próprios olhos
e foi ai que eu consegui salvar a minha relação com a protagonista e toda a
narrativa.
Confesso
que pensei em abandonar a leitura algumas vezes durante os primeiros capítulos,
a narrativa lenta me incomodou um pouco, pois a meu ver não tinha motivos para
isso já que a história não é muito detalhada, ou seja, toda a enrolação dos
primeiros capítulos nada mais era que os pensamentos da Lena, pouca coisa foi
explicada, e sim, eu achei aquele blablablá todo uma perda de tempo, felizmente
a autora se recuperou e eu pude sentir lá no fundo da alma que tinha feito à
escolha certa, percebi que a narrativa ia sim chegar a algum lugar e foi
interessante perceber as mudanças na protagonista, entender o motivo de tanta
confusão mental, e no fim perceber que o amor sempre vence, ou não. (shif,
snif)
“É o mais mortal entre todos os males: Você pode morrer de amor ou da falta dele.”
Eu sou uma
romântica incorrigível então quando o Alex apareceu na história tudo voltou ao
seu lugar, ele não é MEU tipo de mocinho preferido, sei lá, gosto bastante
dele, mas já senti coisas mais fortes por um protagonista. Alex é descrito como
muito bonito, misterioso, paciente (e coloca paciente nisso), porém é meio sem
sal e a meu ver faltaram cenas de amor mais envolventes, mas ele não deixa de
ser muito fofo, além disso, no fim no livro ele mostra do que somos capazes
para proteger a pessoa amada e foi nesse final bombástico que eu tive certeza
de que aguentar toda a ladainha da Lena no começo do livro valeu muito a pena.
Eu gostei
muito do desenvolvimento da história de amor dos protagonistas, a forma como
eles vão de nada a tudo, descobrir o amor é mesmo algo lindo. Eu só senti falta
de algo mais consistente sobre o sistema, na verdade não temos nenhum vilão
aparente, não existe um inimigo real e a política ficou meio esquecida. Sem
querer fazer comparações, mas já fazendo, algo que eu percebi em minhas
leituras de distopia é que a política é muito bem trabalhada, existe toda uma
elaboração em cima desse ponto e eu não encontrei isso em Delírio, espero que
nos próximos livros da trilogia esse tema seja bem trabalhado, pois pode não
parecer a princípio, mas se você olhar bem de perto parece que ficou um vácuo
na história que precisa ser preenchido.
“E embora eu esteja no meio da maior multidão que já vi, de repente me sinto muito sozinha.”
Antes de
terminar essa resenha, eu gostaria de dizer que não me imaginava lendo a
continuação e hoje já considero Pandemônio uma grande possibilidade de leitura.
Minha dica é, tenha paciência e seja persistente, se você não gostar do começo
assim como eu, tente mais um pouco que logo você chegará ao final, não só com
uma sensação de dever cumprido, mas também com a certeza de que valeu a pena.
Se você não gostar de maneira alguma, troque seu livro em um sebinho ou pela internet,
e bola pra frente, existem muitas histórias para serem descobertas.
Beijos e até a próxima!
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