Sinopse: O ano é 1997. Em meio a um intenso tiroteio,
durante uma das épocas mais sangrentas da favela Santa Marta, no Rio de
Janeiro, um menino de 13 anos descobre que é bruxo. Jurado de morte pelos
chefes do tráfico, Hugo foge com apenas um objetivo em mente: aprender magia o
suficiente para voltar e enfrentar o bandido que está ameaçando sua família.
Neste processo de aprendizado, no entanto, ele pode acabar por descobrir o
quanto de bandido há dentro dele mesmo.
Autora: Renata Ventura
Editora: Novo Século
Páginas: 488
Classificação: 3/5
Confesso que nunca antes tive
qualquer vontade ou intenção de ler esse livro, mas por uma indicação e
empréstimo de uma colega eu acabei lendo e descobri assim que olhei a capa que
tinha conversado com a autora Renata Ventura na Bienal do livro do Rio de
Janeiro, só que na época não dei muita bola, pois já tinha uma lista imensa de
compras e não teria verba suficiente para mais essa aquisição, enfim, eu li o
livro e estou aqui para dividir com vocês a minha opinião.
Levando em consideração que eu amo
fantasia e sou muito crítica, devo avisar que essa resenha ficou um pouco
azeda. Não gosto de fazer resenhas negativas, muito menos de livros nacionais,
mas me sinto na obrigação ser sincera sobre o que achei da leitura e já adianto
que não achei grande coisa.
A arma escarlate é um livro que conta
a história de Idá ou Hugo (como preferir), um menino que mora no morro Dona
Marta e se envolve com traficantes, quando tudo parece perdido e a morte é
certa ele recebe uma carta informando que foi aceito na escola de magia e
bruxaria do Korkovado, que é uma das cinco escolas sediadas no território
brasileiro. Acreditando que essa é sua única chance de permanecer vivo ele foge
e vai para escola em busca de segurança e conhecimento suficiente para se
vingar do “dono” do morro o Caiçara.
A princípio parece um enredo
interessante, ainda mais se a pessoa for apaixonada por Harry Potter, mas a
mistura de realidade social e fantasia me incomodou bastante. Acredito que
autora optou por dar mais nacionalidade ao livro coisa que é muito bacana na
teoria, mas é preciso cuidado na execução. De toda forma a realidade inserida
nesse mundo tão próprio que ela usou de base fez toda a magia perder um pouco
de sentido, ela poderia ter focado mais no folclore para dar ênfase a
nacionalidade e originalidade que precisava.
Hugo não é um bom menino, muito pelo
contrário, não é de se admirar que eu não tenha ido com a cara dele. Várias de
suas atitudes ao longo da narrativa me incomodaram e nem sua história de vida
conseguiu mudar minha visão do personagem. Eu gosto de personagens arrogantes e
cheios de si, mas com ele essa dinâmica não funciona, ele nada mais é que um
menino pobre a quem foi concedido poder, esse que poderia ser usado de várias
maneiras e aflorou apenas o que o personagem tinha dentro de si. Bem que ele
tenta mudar ao longo da narrativa, mas pelo que parece "pau que nasce
torto, nunca se endireita".
Claramente A arma escarlate tem como
base o livro Harry Potter escrito pela autora J.K. Rowling, tanto que a autora
é mencionada na história, coisa que eu achei muito legal e que foi feito de
forma muito criativa . Eu achei a Renata Ventura muito ousada, pois escrever
algo que lembre, ou foi claramente escrito com base em uma história como Harry
Potter não é fácil.
No geral uma boa ideia, nem sempre
resulta em uma boa história e me parte o coração dizer, mas para mim isso foi o
que aconteceu com esse livro.Parece que faltou amadurecimento da história, tudo
bem que terá continuação, mas de toda forma é algo que não funcionou para mim.
O que parece é que “A arma escarlate” foi escrita em um folego só, ficou com
cara de fanfic e infelizmente a autora não soube trabalhar bem os personagens.
Se você gota de Harry Potter e sente saudades do mundo mágico,
talvez seja uma leitura interessante, mas eu recomendo que você desapegue
totalmente da ideia de perfeição, a minha opinião é que esse livro não vai
agradar a todos, mas depende da pessoa, já que eu conheço gente que ama e já li
algumas resenha bem elogiosas a respeito do livro. No mais fica ao critério de
cada um dar uma chance ou não.
Eu vou ficando por aqui, obrigada pela visita e até a
próxima!!
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