10/02/2016

[Resenha] Cidade do Fogo Celesital - Cassandra Clare



Sinopse: Escuridão retorna ao mundo dos Caçadores de Sombras. Enquanto seu povo se estilhaça, Clary, Jace, Simon e seus amigos devem se unir para lutar com o pior Nephilim que eles já encararam: o próprio irmão de Clary. Ninguém no mundo pode detê-lo deve a jornada deles para outro mundo ser a resposta? Vidas serão perdidas, amor será sacrificado, e o mundo mudará no sexto e último capítulo da saga Os Instrumentos Mortais.

Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 532
Classificação: 5/5 - Favorito



" Preto para caçar de noite e dar sorte, 
pois o branco é a cor do pranto e da morte."



Quando escrevi a resenha de Cidade dos ossos não imaginava que ia chegar ao sexto e último livro da série Os Instrumentos Mortais eu estaria louca de amor, não só pelo mundo incrível dos Shadowhunters, como também pelos personagens que cresceram e mudaram muito nesses seis livros. Olhando para trás eu vejo a minha falta de empatia pelos personagens e hoje me pergunto o que tinha de errado comigo, já que agora estou completamente absorvida por esse mundo, esses personagens e essa história.


"ERCHOMAI, Sebastian disse. (Estou chegando)."

Cidade do fogo celestial vai dar continuidade aos planos de Sebastian Morgenstern, o livro já começa com um ataque dele e de seus crepusculares a institutos de todo mundo o que leva a Clave ao caos total e como medida preventiva todos os caçadores de sombras são convocados a Idris para se preparem para a guerra. Uma parte do livro gira em torno dos planos de Sebatian (qual será o próximo passo dele? O que ele realmente quer?) e como a Clave está se portando para evitar a extinção dos caçadores de sombras. Nesse sexto livro temos de volta nossos personagens queridos e alguns personagens novos os quais ganham nossa atenção e coração com muita facilidade. Enfim, essa é uma história sobre medo, desejos deturpados, amor e sacrifício.

"Conhecia o significado de "eu te amo", e sabia que era bom, mas não compreendia por que isso servia como explicação para qualquer coisa."

Cassandra Clare tem como característica (a meus olhos) começar suas séries de maneira morna e ir aumentando a temperatura livro após livro até enfim terminar de maneira incrível e avassaladora, isso aconteceu com a primeira parte de "Os Instrumentos Mortais" e voltou a se repetir agora. Os personagens evoluem de forma crível e gradativa, sempre mantendo sua essência, por mais que nossos personagens mudem, cresçam tem sempre aquela característica única presente e isso me agrada muito.

* Vou começar falando dele, o vilão que eu odeio amar, mas que eu amo e comecei a entender. Sebastian é um vilão frio e educado, ele tem uma lógica muito própria para tudo que faz, diferente do Valentim o primeiro vilão, ele desperta empatia, pois lá no fundo só quer que alguém o entenda e aceite seu jeito maldoso e deturpado, que o ame e aceite o amor doentio que ele tem para dar. Sua personalidade é 99% parte da criação que ele teve e do não amor que a Jocelyn sente por ele, mais aquele 1% demoníaco dentro dele impede que ele conheça outros sentimentos a não ser o poder, o ódio e o desejo em possuir e destruir. Por mais que eu odeie suas atitudes Sebastian ganhou uma lugar cativo nos meus queridinhos literários, não me julguem é que ele é muito inteligente o que faz dele não apenas mal, mas perturbado e extremamente interessante.

* Jace enfim começa a descobrir quem é de verdade, começa a aceitar sua família e origem, as vezes ele tem umas recaídas do tipo "sou tão mal como o Sebastian" ou " Não mereço ser amado, não sou digno do amor", mas logo algum amigo manda ele parar de palhaçada e volta tudo ao normal. Mesmo se permitindo sentir e hoje saber filtrar e aproveitar os sentimentos, Jace continua Jace, seu ego e autoestima continuam intactas e isso é o que eu mais gosto nele, o menino é bom e não se importa de dizer isso para o mundo, adoro.

* Clary teve uma evolução notável, ela está menos crítica como sigo e com o outro o que me deixou perceber melhor todas as qualidades que ela escondia por trás do mimimi irritante, assim como Jace ela está começando a se descobrir e aceitar, aceitar o fato de ser uma Morgenstern e esse pequeno fato tem uma importância enorme na vida dela, tipo "Sou uma Morgenstern, isso é uma bosta, mas é  que eu sou e nem por isso sou mal e vou baixar a cabeça." e faz seu melhor para mudar o destino de seu nome de família.

* Izzy é minha vaca preferida, não tem como não amar essa garota, ela é forte e frágil ao mesmo tempo e nesse livro aprende que pode ser os dois sem problemas.

* Alec está apaixonante, depois dos acontecimentos do final de Cidade das almas perdidas, ele está perdido e triste, mesmo assim vai até o fim do mundo para salvar quem ama e apoiar seu parabatai na missão mais difícil de todas.

* Simon, eu odiava tanto esse personagem, mas hoje consigo enxergar ele de maneira diferente, posso dizer que gosto do que ele se tornou, ele se aceitou, cresceu e passou a fazer parte do grupo e não apenas ficar na margem reclamado e sendo protegido, ou seja, ele não é mais o coitadinho, Simon entrou na guerra para lutar e morrer se preciso.


* Magnus é meu personagem preferido, super divo e deslumbrante, sempre cheio de sabedoria e confiança. Nesse livro conheci um outro lado dele e isso só me fez amar mais, Magnus o feiticeiro fodão sente o peso do tempo, sente medo de perder quem ama e está sempre disposto a ajudar para que seus amigos possam viver, mesmo que isso lhe custe tudo.


"Veni. (Cheguei.)"

O desfecho é bem intenso e triste, como eu disse lá no começo temos sacrifícios, perdas irreparáveis e superação. O mais importante nesse final não é a guerra em si e sim à forma como Cassandra pegou a destruição e transformou em perdão e esperança. Não vou ficar falando do final para não entregar nada, mas vale cada letra colocada no papel.

"Heróis nem sempre são os que vencem. Algumas vezes, são os que perdem. Mas eles continuam lutando, continuam voltando. Não desistem. É isso que faz deles heróis." 

Uma coisa que podemos dizer sobre Cassandra Clare é que ela sabe aproveitar o mundo que criou, além de Peças Infernais, ela escreveu os artifícios das trevas e está para lançar mais uma trilogia, além disso temos O conto da academia dos caçadores de sombras e o livro de contos do Magnus, então isso não é um adeus desse universo, apenas um até logo, daqui a pouco voltamos para o mundo dos Shadowhuntes.

Ave atque vale, Os Instrumentos Mortais.

Saudações e adeus.

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