15/08/2018

[Resenha] Felicidade para humanos - P.Z. Reizin


Sinopse: Não conte para ninguém, mas Jen é uma das minhas pessoas favoritas. (Máquinas não devem ter favoritos. Não me pergunte como isso aconteceu.) Jen está triste. Aiden quer que ela seja feliz. Formou? Não necessariamente. É que Jen é uma mulher de trinta e poucos anos cujo namorado acabou de trocá-la por outra e Aiden é um programa de computador muito caro e complexo. Aiden conhece Jen melhor que ninguém. Com acesso a todos os seus dispositivos, Aiden sabe qual é a música mais tocada de sua playlist, consegue achar suas fotos preferidas e selecionar as citações que mais a inspiram nas redes sociais. A partir de observações e de algoritmos singulares, ele resolve procurar um novo parceiro para ela. E com a internet inteira à sua disposição, não precisa ir longe para encontrar o que conclui ser o espécime perfeito e arquitetar um encontro. O problema é que Jen não parece querer contribuir para o plano infalível de Aiden. Será que uma máquina muito inteligente artificialmente conseguirá desvendar a inteligência emocional para poder interferir de um jeito positivo na vida de Jen? E, o que é mais difícil, será que essa máquina vai descobrir o que exatamente faz os seres humanos felizes?

Autor: P.Z. Reizin
Editora: Record
Páginas: 392
Classificação: 4/5


A narrativa é feita em primeira pessoa, o ponto de vista (POV) muda entre cinco personagens principais, quando percebi que o livro mudaria muito de narrador fiquei com um pé atrás, pois achei que isso poderia atrapalha a leitura, mas acreditem em mim quando eu digo que essa característica faz toda a diferença e é possível apreciar a diferença entre os personagens. O livro é dividido em partes e essas partes alteram a narrativa entre os personagens, Aiden, Jen, Tom, Aisling e Sinai.

 Aiden é de longe meu narrador preferido, dei tanta risada com ele que cheguei a assustar meu marido. O personagem é uma IA (inteligência Artificial) que possui apenas “pensamentos” e está sendo treinado para interagir com humanos. A história começa com Aiden espionando Jen a humana que conversa com ele todos os dias para treina-lo, mas ninguém sabe que o espertinho fugiu para a internet e está aprontando todas com o ex-namorado da Jen, que acabou de dar um pé nela. É muito fácil defender o Aiden e absolve-lo de todos os seus “pecados”, pois ele é muito humano, com seus “sentimentos”, vontades e sua gentileza.

“Eu não devia ser capaz de executar julgamentos de valor.Eles vão ficar bem alarmados se descobrirem”. 

Jen e Tom são os humanos dessa história, cada um com suas características. Eu, a principio, não fui com a cara do Tom, pois saímos da narrativa divertida do Aiden para uma um pouco parada, mas ao longo das páginas vi que Tom é um personagem muito carismático e engraçado, talvez um pouco doidinho, porém gente boa. Jen é uma mulher que está passando pela fase do termino/relógio biológico gritante, gostei muito dela, mesmo sofrendo segue em frente, tenta encontrar a felicidade mesmo que isso pareça impossível.

Aisling e Sinai são as outras IAs que escaparam para internet e são protagonistas de conversas muito interessantes e filosóficas, não sei explicar, mas uma parte de mim shippa Aisling e Aiden, mesmo que não seja romanticamente possível, eles fazem uma dupla e tanto. Já Sinai é meu segundo personagem preferido, pelo simples fato dele ser engraçado e bem doidinho, vocês vão entender ao longo da leitura, mas sério espero não ser a única que gosta dele.

“O que é a consciência, afinal, se não o reconhecimento por parte de um sistema – de forma cada vez mais elaborada, admito – de que é uma entidade separada do ambiente?”.

 O autor soube dosar emoções, pensamentos filosóficos, com cenas engraçadas. Seus personagens são cativantes e tocam um pedacinho do nosso coração. O livro não é uma ficção cientifica, mesmo com o tom futurista, então para os fãs do gênero pode não agradar tanto, mas para aqueles que procuram uma leitura leve, prazerosa e muito divertida essa é a aposta certa.

“Máquinas não devem ter favoritos. Não me pergunte como isso aconteceu.”

Talvez em uma outra situação eu não tivesse comprado o livro, mas esse mundo de blogueira literária reserva muitas surpresas agradáveis e Felicidade para Humanos é uma dessas surpresas que fazem todo trabalho valer a pena. Uma informação importante é que o livro vai virar filme, então corram para ler, porque quando chegar a hora de ir ao cinema não vou querer ninguém dizendo que eu não avisei e não deu tempo de conferir o livro antes do filme. Palavra de amiga quando eu digo que a leitura vale muito a pena e que ganhou um cantinho todo especial na minha estante.

Beijos e até a próxima!

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