[Resenha] Outros Jeitos de Usar a Boca - Rupi Kaur

Olá gente!

            Hoje vamos falar de Outros Jeitos de usar a boca, um livro de poema que eu venho namorando a algum tempo e finalmente tive a oportunidade de conferir.

Sinopse: Outros jeitos de usar a boca é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles.

 

Autora: Rupi Kaur

Editora: Planeta

Páginas: 208

Classificação: 4/5 

 

              Primeira coisa que eu gostaria que vocês soubessem é que eu amo poema, porém não sou leitora assídua de livros do gênero, geralmente leio um aqui e outro ali. Mas quando me deparei com esse livro foi quase uma necessidade e desde então a lista de livros só vem aumentando. A segunda coisa que preciso que vocês saibam é que para mim poema é sentimento, muito mais que técnica e beleza, poemas são em sua maioria a alma do autor e não tem como mensurar o sentimento de uma alma em cima de uma opinião vista de fora, dessa forma quero que entendam que essa resenha e outras de poemas que estão por vir vão falar dos meus sentimentos com relação aos poemas.

 

           Pensei que iria encontrar poemas mais picantes, que explorassem a sexualidade de forma mais livre, o título me passou muito essa impressão, mas o que eu encontrei vai além disso, é vivência em todas as formas, é sobre amor materno, amor paterno, amor romântico, entrega, decepções, ou seja, é muito real e condiz com muita realidade por ai, acho que por isso muitos deles fizeram total sentido para mim, uns por concordar de forma impessoal, outros que vi minha alma ou minhas antigas dores e alguns por me reconhecer como mulher.

 

” Deve ser doloroso saber que eu sou sua mais bonita mágoa.”

 

           Se trata de poemas fortes e cheios de significados, obviamente cada um irá entender e sentir de maneira diferente, mas eu acredito que em algum nível toas as pessoas serão tocadas. O que me deixou um pouquinho assustada foi o fato de eu reconhecer muitas coisas, nunca tinha parado para perceber que as cicatrizes de algumas situações continuam aqui, mesmo que eu tenha superado o ocorrido, lendo alguns poemas pude sentir uma pequena pontada e foi bom reconhecer que ainda pode doer e mesmo assim eu sigo feliz, sigo buscando sonhos e mesmo que eu caia (ou alguém me derrube) sou uma mulher que consegue ficar de pé novamente e isso é libertador.

 

“Se você nasceu com fraqueza para cair

Você nasceu com força para levantar.”

  

          Os poemas que fazem alusão ao amor próprio tem um peso esmagador, não são apenas palavras em um papel ou uma tela, são lições diretas dizendo que você é foda, afirmando que o seu amor é o mais importante e se você se amar não irá receber menos do que merece. Acho que hoje em dia (infelizmente) ainda precisamos ser lembradas da nossa força, precisamos ter consciência de nós mesmas e principalmente precisamos nos bastar de alguma maneira, pois você pode ser seu maior incentivador ou seu maior inimigo.

 

“Como você ama a si mesma

é como você ensina as pessoas a te amar.”

 

           Não é preciso ler tudo de uma vez, vai no seu tempo, leia de vagar, reflita sobre o que está lendo, mas dê uma chance para esse livro. Eu me identifiquei bastante e acredito que muitos de vocês lendo essa resenha podem se identificar também e se não acontecer pode sempre ajudar a trabalhar a empatia.

 

Beijos e até a próxima!