[Resenha] After - Depois do Desencontro - Anna Todd

Sinopse: Tessa passa pelo momento mais difícil de sua vida. Enquanto luta para crescer na carreira com a qual sempre sonhou, seu mundo é virado de ponta-cabeça: a inesperada aparição de seu pai e uma traição imperdoável a deixam mais fragilizada do que nunca. Hardin com seus beijos viciantes, seu toque incendiário e seu charme de bad boy seria o único capaz de fazê-la esquecer das dificuldades, mas até ele se vira contra Tessa quando descobre o segredo que ela vem guardando. Se este casal intenso e apaixonado já vivia por um fio antes, agora os obstáculos são maiores do que nunca. Depois do desencontro, essa história de amor sobreviverá?

 

Autora: Anna Todd

Editora: Paralela

Páginas: 416

Classificação: 2/5

Olá, povo lindo!

A cada livro que passa fica mais complicada a leitura, se o segundo foi uma mistura de amor e ódio, aqui eu fiquei “só o pincher” 50% ódio e 50% tremedeira. Foi muito difícil engolir as atitudes dos protagonistas e ao contrário do que aconteceu nas leituras anteriores de eu torcer pelo romance, nesse terceiro livro eu só queria que eles terminassem, tudo que eu pensava era “Corre disso Tessa”.

 

“Você está mantendo Tessa prisioneira, e é por isso que que ela não vai embora, não porque te ama...”

 

Como eu posso dizer? Já se. Tem muita merda desnecessária nessa narrativa, muita coisa pesada que não foi tratada com a responsabilidade necessária. Na real, 80% desse livro é um desserviço, 10% é uma tentativa de de limpar a imagem do Hardin e 10% é um alívio de em fim a Tessa fazer alguma coisa e deixar de ser co-dependente dele, da mãe ou de amigos. E essa última parte é o que me instiga a continuar, não com prazer, mas por curiosidade e masoquismo mesmo.

 

O que antes eu enxergava como algo velado, nesse terceiro livro é claro como o dia. Anna Todd nem tentou esconder que o relacionamento é extremamente abusivo e ao mesmo tempo que ela esfrega isso na cara do leitor, tenta humanizar o Hardin de alguma maneira, provavelmente para proteger a ideia de romance e redenção, induzindo o leitor a passar um pano para as inúmeras atitudes escrotas do protagonista.

 

“É você que faz isso! Está sempre me deixando louco. Eu sou assim por culpa sua, e você sabe!”

 

Falando de personagens, nesse rolê o único que ainda apresenta sensatez é o Landon, entendo quando ele fica divido entre acreditar que o “irmão” pode ser alguém melhor e proteger a Tessa da melhor forma sem realmente se meter no relacionamento dos dois. Pode não ter sido a intenção da autora, mas vemos no personagem o reflexo de quem é amigo de uma pessoa em tal situação, aquela coisa do falo ou não falo, até aonde é permitido ir e nesse ponto Anna Todd acertou em cheio (amém?).

“Não tem nada de errado em ter expectativas, principalmente se forem razoáveis.”

 

Tem uma passagem dessa narrativa que me fez querer vomitar tamanha foi a irresponsabilidade de colocar um assunto tão pesado que para muita gente não é só um desconforto, mas um trauma real. Colocar abuso sexual sem a MÍNIMA responsabilidade foi o cúmulo do absurdo e de novo para frisar bem DESNECESSÁRIO, não condizente com nada da história. O ato de traição e abuso em si já foi um puta soco no estômago, mas o pós foi muito pior, foi tratado como uma evento qualquer, sem consequências para nenhum lado, os agressores ficaram de boa e a vítima faz parecer depois de um primeiro momento que aquilo não foi nada, sinceramente, a merda inicial poderia ter rendido um belo gancho de aprendizado coletivo, mas foi descartado como lixo. Outros autores já me perderam por menos, confesso que só continuei a leitura para saber as consequências que não existiram e por compulsão mesmo, porque eu perdi o foco total depois daquilo a história em torno se tornou um borrão e nada mais.

 

Voltando aqui no Hardin, que é visivelmente o queridinho da autora. Acho importante deixar claro que as atitudes “positivas” do personagem não apagam seus erros e nesse livro não chegaram nem a amenizar. Se ele tem problemas que trate deles, não dá para descontar no mundo, sair ferindo todos a sua volta e depois fazer um carinho na cabeça e fingir que está tudo bem. Entre tantas merdas o que mais me doeu foi a omissão dele quanto a um personagem específico, deixar a Tessa brincar com lobos sem nem ser avisada disso foi muito cruel e irresponsável, ele sabia dos sentimentos dos dois lados e não fez absolutamente nada quanto a isso. Uma surpresa “agradável” veio da Moly que no último momento provou ter mais caráter que muita gente.

 

“O problema de Hardin é que, quando ele está bem, ele é incrível, a pessoa doce e sincera que tanto amo; mas, quando está mal, é a pessoa mais detestável que já conheci na vida.”

 

Para terminar essa resenha de reclamação em forma de resenha, quero dizer que usar o pai da Tessa como redenção para o Hardin é bem amador e desesperado, na verdade a bichinha está cercada de gente podre. Sinceramente, não tenho nada positivo para dividir com vocês dessa vez, mas como não trabalhamos com vergonha na cara aqui nesse blog eu vou continuar a leitura da série para descobri onde melhora e vou mantendo vocês atualizados, é isso.

“Talvez haja esperança para nós, afinal de contas.”

 

Beijos e até a próxima!