[Resenha] Aos perdidos, com amor - Brigid Kemmerer

Sinopse: Juliet Young sempre escreveu cartas para sua mãe. Mesmo depois da morte dela, continua escrevendo e as deixa no cemitério. É a única coisa que tem ajudado a jovem a não se perder de si mesma. Já Declan Murphy é o típico rebelde. O cara da escola de quem sempre desconfiam que fará algo errado, ou até ilegal. O que poucos sabem é que, apesar da aparência durona, ele se sente perdido. Enquanto cumpre pena prestando serviço comunitário no cemitério local, vive assombrado por fantasmas do passado.  Um dia, Declan encontra uma carta anônima em um túmulo e reconhece a dor presente nela. Assim, começa a se corresponder com uma desconhecida... exceto por um detalhe: Juliet e Declan não são completos desconhecidos um do outro. Eles estudam na mesma escola, porém são tão diferentes que sempre se repeliram. E agora, sem saber, trocam os segredos mais íntimos. Mas, aos poucos, a vida real começa a interferir no universo particular das confidências. E isso pode separá-los ou uni-los para sempre. 
 

Autora: Brigid Kemmerer 

Editora: Plataforma21 

Páginas: 452 

Classificação: 5/5 

Olá, povo lindo!  

  

Descobri esse livro por um acaso, depois uma capa bonita e uma premissa que me agradou muito. Conclusão, primeira leitura de 2022 e informo que começamos o ano com um sucesso. 

  

Achei a leitura super fluida e surpreende, pensei que encontraria mais um romance fácil e previsível que iria preencher meus dias com um pouco de leitura água com açúcar, mas “Aos perdidos com amor” não é esse tipo de livro e com toda certeza o foco aqui não é o amor romântico, mesmo que a autora faça o leitor torcer pelo casal a cada interação. 

  

“Toda vez que eu a vejo, penso: ‘Você sabe exatamente como essa menina se sente’.”

Como eu disse o livro vai muito além do romance, os protagonistas se “conhecem”, pois, Juliet escreve cartas para a mãe recém falecida e uma dessas cartas é respondida por alguém, gerando daí uma interação muito bacana de companheirismo e apoio, mesmo que eles não façam a mínima ideia com quem se correspondem é isso é uma escolha dos dois, se esconderem atrás de pseudônimos para serem os mais verdadeiros possível. 

  

Os dois lados da moeda têm que lidar com perdas e suas consequências, a diferença é que um dos lados também sofre com o fato de ser um pária, uma pessoa de quem ninguém espera nada a não ser problemas e em cima disso acaba rolando uma reflexão bem legal sobre como as pessoas veem umas às outras e se pegam a estereótipos na hora de reagir. 

  

“Sou o senhor do meu destino, sou o capitão da minha alma.” 

A verdade é que “Aos perdidos, com amor” é cheio de acasos possível, histórias tocantes sobre família, culpa, abandono, traumas e segundas chances. É realmente uma história linda e muito envolvente, impossível de ser deixada de lado, por mais simples que seja a narrativa.  

  

A construção da história é muito simples e isso me encantou, a autora não buscou grandes coisas para construir uma grande narrativa. Onde achei que haveria todo um drama, mas Brigid Kemmerer mostrou personagens maduros e bem desenvolvidos, já que por mais simples que tenha sido a construção do enredo os personagens evoluem muito de dentro para fora, então quando o impacto vem de fora para dentro machuca ou cura (depende do caso), mas já não possui o poder de destruir. 

  

“Eu poderia falar com você para sempre.” 

 

Esse livro foi uma verdadeira terapia para mim, não por fazer meus problemas pequenos, mas por pontuar que cada dor é única e que com pequenos atos de rebeldia podemos ir lidando com eles. Ser corajoso não é fácil, mas tão pouco é fácil permanecer na dor. Saio dessa leitura impactada com o poder de uma história (sempre me surpreende) e com a certeza que outros livros da autora serão lidos em breve.  

  

Beijos e até a próxima!