15/04/2019

[Resenha] A Lâmina da Assassina - Sarah J. Maas



Sinopse: Conheça o caminho da assassina. Pavimentado com sangue, lágrimas e suor. Implacável, sedutora, letal. Poucos conhecem seu rosto, menos ainda sobrevivem à sua fúria. Não à toa Celaena Sardothian é sinônimo de morte. Suas lâminas são certeiras, assim como seu estranho código de honra e seu aguçado senso de justiça. Mas como uma menina, encontrada agonizando pelo rei dos Assassinos de Adarlan, se tornaria a campeã do rei? Disputada pelo capitão da guarda real e o próprio príncipe herdeiro? No centro de intrigas políticas? Acompanhe Celaena vencer um lorde pirata e toda sua tripulação; o encontro como uma curandeira; seu treinamento com o Mestre Mudo, senhor dos assassinos silenciosos, nas dunas do deserto Vermelho; a prisão nas Minas de Sal de Endovier; ou, ainda, sua luta contra o mais escorregadio e traiçoeiro dos adversários o próprio coração.

Autora: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Páginas: 406
Classificação: 5/5 - Favorito


Esse livro conta um pouco do passado de Celaena, então para quem já leu a série até o segundo livro alguns acontecimentos não serão surpresa, mas vão doer da mesma maneira. Essa não é uma leitura obrigatória para quem gostaria de acompanhar as aventuras de Celaena Sardothian, mas é um complemento muito bem vindo que ajuda o leitor a entender melhor a personagem. O livro consiste em cinco contos que contam a história da assassina, terminando próximo ao início de Trono de Vidro.

 O primeiro conto é: A assassina e o lorde pirata.

Nesse conto conhecemos uma Celaena muito arrogante, que se acha a melhor entre os melhores e abusa de sua posição, na época em que se passa esse conto a assassina está satisfeita com quem ela é, pois além de sua fama ela é a Herdeira da Guilda, um dia tudo aquilo será seu então não esconde o quanto se sente poderosa. Sua relação com Sam (sim, esse mesmo) é muito conturbada, pois os dois se ODEIAM, vivem se alfinetando e implicando um com o outro a ponto de ficarem desconfiado que o outro planeje sua morte. As cenas de interação dos dois são maravilhosas, os personagens tem uma ótima dinâmica e isso fica claro logo no início, mesmo por de trás de tanto ódio existe alguma admiração.

“Celaena não queria pensar nisso.Sam tinha se tornado seu amigo, acreditava ela.Jamais tivera o luxo de amigos e jamais quis nenhum.Mas o assassino fora um bom candidato.” 

            Nesse primeiro conto Celaena e Sam são enviados para uma missão semi desconhecida, já que faziam uma pequena ideia do que se tratava o trabalho.  Quando chegam ás Ilhas Mortas encontram o capitão dos piratas Rolfe, um homem sem nenhuma educação, arrogante e perigoso. A partir desse momento começa a se moldar a Celaena que conhecemos hoje em Trono de Vidro, ela tem um senso de justiça incomum, mesmo matando para viver, sendo muito boa nisso e livre de arrependimentos ela não admite crueldade principalmente se for sem propósito, não se trata de coração mole e sim de escolher suas batalhas, existem trabalhos e trabalhamos e o que foi mandada para fazer não a agrada nem um pouco, sendo assim ela joga tudo para alto e segue sua consciência levando Sam junto com ela e isso permite a ele conhecer o outro lado da menina insolente que esconde o rosto por trás de uma máscara. Sendo assim ela cria um plano para acabar com os negócios do capitão Rolfe e consequentemente de Arobynn então ela sabe que mesmo ganhando, acabará perdendo, mas isso não impede que ela de continuidade ao plano que traça mesmo que sem querer seu destino.

            O segundo conto é: A assassina e a curandeira

            Nesse segundo conto Celaena tem que lidar com as consequências de seus atos quando resolveu agir por sua consciência. Nessa parte do livro a assassina está seguindo seu caminho sozinha, precisa passar pelas provações da viagem até o deserto e depois por todo o treinamento para que possa voltar para casa. No caminho ela para em um vilarejo e conhece uma menina que trabalha em uma taverna deplorável, mas na verdade se trata de uma curandeira que está fugindo do destino imposto pelo rei de Adarlan.

“Ela possuía cicatrizes em toda parte – pequenas, grandes.Não deu explicação para as marcas e pareceu, para Yrene, que a jovem exibia as cicatrizes do mesmo modo que algumas mulheres exibiam as melhores joias.”

            Esse é um conto de transição. Celaena ajuda essa menina a tomar coragem para seguir sua vida, ela mostra como é forte e empoderada e que é possível para Yrene ser da mesma forma. As duas enfrentam um grupo de homens “maus” e ganham, mas isso significa que a curandeira não pode ficar onde está e precisa seguir seu caminho, em um gesto de bondade Celaena disponibiliza os recursos para ela siga seu caminho e se torne a curandeira que sonha ser. Sinceramente eu espero que elas se encontrem em algum momento ao longo dos livros, pois quero saber o que aconteceu com a menina que teve a vida tocada pela nossa assassina.

O Terceiro conto é: A assassina e o deserto

“Um guerreiro podia não fazer diferença contra duzentos, mas ela era Celaena Sardothien. Isso precisava fazer alguma diferença. Isso fazia alguma diferença.”

            Quando chega ao deserto, mas uma parte do destino dela é selado, o tempo longe de tudo que é e de que está fadada a ser, mostra que ela não precisa ser a pessoa arrogante que mostra ao mundo o tempo todo, que as vezes é possível engolir o orgulho ou até mesmo ser leve e sorrir. Nesse conto ela cria uma amizade com outra menina que está sendo treinada e por conta dessa relação Celaena aprende uma nova e grande lição além claro de descobrir mais um lado seu que estava adormecido até o momento.

            O quarto conto é: A assassina e o submundo

            Nesse conto Celaena volta para casa depois dos seus meses no deserto e como esperado já não é mais a garota que deixou forte da fenda. Sua devoção para Arobyn já não é mais a mesma e ela começa a questionar o preço de sua liberdade, afinal ela não é livre, Celaena é e sempre foi uma refém do rei dos assassinos, mas nesse conto percebemos a hora exata em que ela se liberta dele e isso traz consequências graves para seu futuro.

“Não tenho nome. Sou quem quer que os guardiões do meu destino me mandem ser.”

            Em A assassina e o submundo percebemos que nem os melhores são a prova de falhas, que podem ser enganados e manipulados principalmente por pessoas próximas, mas por outro lado vemos que uma mão amiga pode surgir de onde menos se espera e que um simples ato pode ajudar a ruir muros que a tempos se mostravam firmes e impenetráveis.
 
            O quinto conto é: A assassina e o império
Contém spoiler de Trono de Vidro

            Fiquei o livro todo me convencendo que esse final não ia acabar comigo, que eu não ia shippar, que eu não ia me apegar e que eu não ia sofrer, mas falhei miseravelmente. Sarah conseguiu me tirar do eixo com um acontecimento que eu já sabia que viria, desde Trono de Vidro eu já sabia que não era um final feliz, mas eu não estava preparada para brutalidade que foi, não estava preparada para a forma como Celaena sentiu a perda e o pior de tudo foi o  motivo mesquinho e egoísta por detrás dessa traição.

“Só quero ficar com você – murmurou o rapas.Não importa para onde vamos. É tudo que eu quero.”

            Esse conto termina com a resposta para a pergunta que surgiu lá no primeiro livro “quem traiu Celaena?”. Terminei esse conto esperando que o assassino e traidor morra sofrendo, mas sofrendo MUITO, confesso que desejo a morte dele muito mais do que a do rei de Adarlan, pois para mim ele é o pior vilão dessa história e eu quero que Celaena arranque o coração dele com as próprias mãos.

            Não vou entrar em detalhes sobre esse último conto pois quem já leu Trono de Vidro sabe do que eu estou falando (nada de spoiler nos comentários) e quem não leu merece que essa revelação seja da maneira que a autora escreveu e eu não vou tirar isso de vocês. Leiam A lamina da assassina, garanto que não vão se arrepender.

            Em suma esse livro foi muito bom, me agradou do início ao fim e isso é uma grande coisa, pois não sou muito fã de contos. Adorei saber um pouco mais sobre Celaena, mesmo sabendo que nem metade de seu passado foi revelado ainda, porém o que está nesse livro já ajudou bastante no processo de desvendar quem de fato é a assassina e porque ela é da maneira que é. Para quem está na dúvida de ler ou não Trono de Vidro acho válido começar com esse livro, acho que a adaptação com a história e o mundo criado pela Sarah pode ser mais fácil, então vale a tentativa.

Beijos


Nenhum comentário:

Postar um comentário