[Resenha] Princesa de Papel - Erin Watt

Sinopse: Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o “decreto Royal” basta uma palavra dele e a vida social da garota estará estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo. 

Autora: Erin Watt

Editora: Essência

Páginas: 368

Classificação: 4/5

Quando Princesa de papel teve seu momento por aqui eu lembro de ter muita vontade de conferir essa história, mas por forças da natureza acabou não rolando e eu na minha certeza que leria logo acabei por fugir de qualquer indicio de spoiler, eu sabia que era YA, eu sabia que uma menina pobre ia para uma mansão e eu sabia que não acabava muito bem. Decidi esse ano que ia rolar essa leitura, coloquei na meta do ano (que foi muito bem selecionada), e-book garantido e pronto estou aqui CHOCADA com o que encontrei.

Ella é a típica mocinha que eu amo, depois me irrita, mas eu amo mesmo assim (Oi, Blair você mesma). Autentica, forte, dona de seu nariz, esperta até dizer chega e com uma carga de vida pesada, eu não esperava fazer essa descrição de uma jovem de 17 anos, uma menina não deveria suportar tanto, mas Ella suporta de peito aberto e sempre pronta para briga e isso foi o que mais me encantou na personagem, o como ela procura se encontrar na nova vida ao mesmo tempo que bate o pé garantindo sua independência, vocês vão entender a parte de me irritar ao longo da resenha.

“Você não me conhece. Não sabe nada sobre mim e nem tentou me conhecer, então não tem permissão para julgar. Não tem permissão para falar merda sobre uma coisa da qual não faz ideia.”

A família Royal (achei o sobrenome muito clichê brega e isso me diverte, me deixa) é composta por um pai e cinco filhos, desses cinco todos tem problemas internos que mesmo ao final do livro eu não comecei a entender e Reed é nosso foco hoje, a princípio um merdinha mimado que acha poder tratar as pessoas como lixo, manda na escola, é temido, adorado e usa e abusa disso na vida, mas toda a facha é apenas para esconder uma parte mais sombria e uma pequena parte doce que podemos contemplar no meio do caminho ao qual ele caga tudo e eu fiquei com um misto de “eu já sabia” com um de “filhos da puta”.

“Os garotos Royal não são o que eu esperava. Eles não parecem babacas ricos com roupas de garotos metidos. Parecem valentões apavorantes que podem me partir ao meio como uma vareta.”

A dinâmica Ella e Reed é o que move a trama, ele bate, ela revida e assim vamos até o fatídico e esperado romance que é quente para um YA o que me pegou desprevenida confesso, achei que essa parte ia se ater mesmo ao passado da Ella, de qualquer forma é ai que a personagem me irrita e não me irrita, não sei explicar, mas cara ela baixou a guarda e estava um amor de pessoa até ser quebrada em mil pedacinhos de coração partido, doeu em mim e quando a reação dela foi diferente do que eu queria (porém já esperava) eu me estressei e estou aqui agora sentada escrevendo essa resenha e louca para esquecer meta de leitura e já começar o segundo livro, não tenho controle socorro.

“Reed Royal me destruiu. Caí do céu e não sei se consigo me levantar. Não dessa vez.”

O livro tem uma narrativa bem rápida, fácil de ler e envolvente. Diálogos cheio de malicia e sarcasmo, meias verdades, falsidades e companheirismo. O leitor tem a oportunidade de emergir nesse mundo e terminar a leitura querendo muito mais, esse é meu primeiro contato com o trabalho da autora, espero de coração não me decepcionar com as continuações, quero uma Ella em cima do salto e pisando em pescoços, não aceito menos, mesmo que já sabia todo o lance do clichê que me espera. Mas vou dar dois avisos importantes, o livro não chega a ser hot, mas possui cenas sexuais, lida com o lado feio dos ricos, drogas, álcool e outras coisas que podemos encontrar em seriados como Gossip Girl, o segundo aviso é simples, pode ser meio frustrante ser arrancada de um SUV e se ver dentro de um ônibus, mas faz parte da vida do leitor.

É seu tipo de leitura? Quer uma leitura rápida? Investe em Princesa de papel, acredito que vá funcionar.