[Resenha] Império de tempestades - Sarah J. Maas [Tomo I e II]

Sinopse: A história de Aelin Galathynius, sempre repleta de ação e intrigas, continua em Império de tempestades. Aelin Galathyius sobreviveu à prisão, à perda de amigos e amores, às traições. Agora deve vencer seu maior medo para salvar o mundo. Com a vida e poder jurados ao povo que está determinada a salvar, a antiga assassina, conhecida como Celaena Sardothien, colocará a própria segurança em risco para proteger os seus. Mais que nunca, Aelin precisa de Rowan, de Dorian e de todos os aliados para conseguir descobrir a localização da relíquia sagrada capaz de banir de seu mundo a ameaça valg e os horrores libertados em Morath. Chegou a hora de levantar os exércitos de Erilea. De cobrar velhas dívidas... É hora de marchar contra o mais supremo dos males. E confiar na pureza de seu coração para trazer a luz.

Autora: Sarah J. Maas

Editora: Galera Record

Páginas: TOMO I – 364 / TOMO II – 322 / Completo – 686

Classificação: 5/5 - Favorito

Começo dizendo: “Tragam mais um trono, pois Sarah J. Maas acaba de ser coroada e vai sentar ao lado de J.K Rowling e Cassandra Clare.” Eu ainda não tinha dado esse posto para a autora, pois como se tratam de sete livros fiquei receosa de em algum momento ao longo da história ela se perder e estragar tudo, mas depois de Império de Tempestades é impossível não se render a escrita e a forma maravilhosa como a autora nos tortura por páginas e mais páginas. A história como um todo é bem explorada, além disso, Sarah sabe escrever personagens maravilhosos, cheios de personalidade e independentes um dos outros, todos eles têm características poderosas e a autora sabe explorar a individualidade e o potencial de cada um, principalmente de suas personagens femininas.

Quando li Trono de Vidro fiquei encantada e percebi que a Sarah tinha várias possibilidades para dar continuidade a sua história, mas nunca esperei que ela seguisse pelo caminho escolhido, ao longo dos cinco livros ela fez boas escolhas, algumas me incomodaram um pouco, mas já foram superadas. Está sendo uma surpresa atrás da outra, olhando para trás consigo enxergar toda a evolução da narrativa e dos personagens, a história seguiu por um caminho torturante e maravilhoso que tem rendido livros cada vez melhores, essa série está em uma crescente constante, não é atoa que é uma das minhas preferidas.

A narrativa continua em terceira pessoa, tem um ritmo intenso, os diálogos são bem trabalhados e a trama ganhou proporções épicas, nesse livro a autora conseguiu aparar as pontas soltas e responder muitas perguntas, tudo se encaminha para um final consistente e fechado. Império de tempestades conta com uma narrativa mais adulta, com algumas cenas mais apimentadas, mas que não chegam a ser hot ou impróprias. Acho de verdade que esses momentos mostram a normalidade dos personagens, um momento de paz e amor no meio da tempestade de ódio e guerra, tudo escrito de uma forma bem natural, bonita e sexy.

Nesse livro existem muitas intrigas, estratégias, planos mirabolantes, ação e alianças que nem imaginávamos serem possíveis. Eu vivi essa história (Tomo I e Tomo II) durante duas semanas, quase não conseguia viver ou me concentrar, só pensando na maravilha que me esperava nessa leitura, eu mergulhei e me entreguei completamente e não me arrependo, pois o que eu senti não tem explicação, foi um misto de todos os sentimentos e no final eu só queria deitar em posição fetal e chorar de tão sofrido e inesperado que foi. Sarah enfiou uma faca no meu coração, porém entregou um livro maravilhoso e completo.

"Uma corte que não apenas mudaria o mundo. Mas que recomeçaria o mundo. Uma corte que poderia conquistar aquele mundo... e qualquer outro que desejasse." 

A corte que pode mudar o mundo é composta por personagens incríveis, poderosos e improváveis. Aelin mostrou que é de fato uma rainha, não tem como questionar isso e sua experiência como assassina só prova quão bem preparada ela está para enfrentar tudo que vem pela frente. A protagonista é uma força da natureza, implacável, cruel, amorosa e inteligente. Quando pensamos que não temos mais o que esperar ela surge com um plano novo, uma maquinação secreta, tudo para que seu reino tenha um futuro, para que aqueles que ama tenham uma chance de vencer e MEU DEUS ela é muito maravilhosa. Uma personagem bem construída que amadureceu muito ao longo dos livros, com uma personalidade forte, bem trabalhada e cheia de nuances.

Outros personagens compõe essa história e merecem todo o reconhecimento, começo falando do Rowan por quem eu tinha uma implicância ligada ao meu shipp anterior, ele se mostrou um guerreiro e parceiro digno da nossa rainha, uma ligação dessas, cheia de lealdade, entrega e que está disposta a tudo não se pode ignorar. A relação deles é composta de confiança mútua e todas as cenas, sendo elas de guerra ou paz só mostram que esse relacionamento não foi uma decisão precipitada ou tomada ao longo do caminho, essa relação já estava premeditada há muito tempo e foi bem trabalhada e construída a ponto de me ganhar por completo.

"Tudo que Rowan tinha a oferecer à rainha eram a força da espada, a grandeza da magia e a lealdade do coração. Tais coisas não venciam guerras." 

Manon é sem dúvida minha segunda personagem preferida, eu PRECISAVA saber a todo o momento o que estava acontecendo com ela, entrei em pânico em algumas partes e fiquei muito feliz por ela demostrar sua força ao longo de todo o livro. Acredito que ainda não foi explorado todo o potencial da personagem, mas a bruxa é assim como Aelin uma força da natureza, para vocês terem noção meu papel de parede é uma fanart da personagem. O mais impactante na sua história acontece na primeira parte, uma única decisão que muda todo o seu passado e todo o seu futuro. Manon é maravilhosa, uma personagem complexa que eu estou desvendando aos poucos, além de muito competente quando se trata de guerra se mostrou dona de seu nariz e muito confiável para seus aliados.

"E Manon entendeu naquele momento que havia forças maiores que a obediência, e a disciplina, e a brutalidade. Entendeu que não nascera sem alma; não nascera sem coração." 

Dorian agora é rei e ao longo da narrativa evoluiu muito nesse seu novo papel, tenho a impressão que ele sempre estava à margem da história e por muito tempo em Império de tempestades se manteve dessa maneira, mas como o Rowan disse logo no início sua força está em fazer política, sua inteligência é sua maior arma, mas não é só ela que faz dele precioso, além de sua magia e inteligência, seu coração pode ser a arma que vai decidir essa guerra. Alerta de Shipp, só digo que Manon e Dorian são perfeitos, que química minha gente, quanta entrega e quanta descoberta pessoal nesse novo relacionamento (que não é um relacionamento) eles prometem muitas coisas e eu estou aqui na torcida para que dê tudo certo no final.

"Seis voavam para o castelo de Dorian, para a torre. Para o rei. Dorian daria a elas um rei."

Um arco que eu já sabia que ia acontecer é Lyssandra e Aedion, logo no início dessa interação eu já tinha percebido onde os caminhos levariam os personagens, mas o já saber não deixa a história menos linda ou surpreendente, pois em meio a tanto sangue nasce um flor construída do reconhecimento, amizade, esperança e confiança. Cada um dos personagens está lidando com algo pessoal, o passado do Aedion volta para sua vida e deixa o guerreio um pouco perdido, ele tem grandes momentos emocionais no decorrer do livro o que mostra um lado do guerreiro ainda inexplorado.  Lyssandra por sua vez está aprendendo a ser livre e ainda carrega as marcas de seu passado sombrio, a personagem protagoniza as cenas de ação e amizade mais impressionantes desse livro, ao lado de Aelin mostra seu valor e sua força de uma maneira inquestionável, extremamente valiosa e leal. Lyssandra é a personagem que mais evoluiu nessa narrativa.

“ Por um momento, desejei que jamais tivesse conhecido nenhum de vocês. Porque pensar em perder qualquer um de vocês...” 

O último arco, mas não menos importante se concentra em Elide e Lorcan, dois personagem completamente diferentes que se encontram e se unem, a fim de chegar a um objetivo. Lorcan é força e destruição enquanto Elide é inteligência e esperança, os dois personagens são os que mais se descobriram e se completaram, mas ainda tem muita história pela frente, redenção, confiança, entrega tudo isso gira em torno deles, um é o recomeço do outro, mas decisões precipitadas podem colocar tudo a perder.

Quando vocês chegarem à cena destruidora da praia vão perceber que esse foi o momento onde tudo se encaixou e ruiu, vão perceber que a história está se encaminhando para um final épico, mas talvez felicidade não esteja esperando no final do arco-íris, não vou mentir estou morrendo de medo do final, morrendo de medo das infinitas possibilidades que estão nas mãos da Sarah e como eu ainda não li um final escrito por ela tudo está em aberto, quando chegarem nessa cena vão perceber que Sarah merece o posto de rainha, merece nossa atenção, consideração e pavor. Ela mostrou que não está para brincadeira e que assim como seus personagens está disposta a derrubar mundos (como o meu) para mostrar a que veio.

"Aelin não era uma salvadora atrás da qual se amontoar, mas um cataclismo a ser sobrevivido." 

Sei que essa resenha ficou gigantesca, mas um livro desse tamanho e dessa magnitude não merece menos de mim. De verdade Sarah foi genial e assustadora, agora só nos resta esperar pelos próximos dois livros.