10/07/2019

[Resenha] Torre do alvorecer - Sarah J. Maas




Sinopse: Chaol Westfall sempre se definiu por sua lealdade inquebrável, sua força e sua posição como capitão da Guarda. Mas tudo mudou desde que o Castelo de Vidro se quebrou, seus homens foram abatidos e o rei de Adarlan o poupou de um golpe de morte, mas deixou seu corpo quebrado. Sua única chance de recuperação reside nos lendários curandeiros da Torre Cesme em Antica, a fortaleza do poderoso império do continente do sul. E é para lá que ruma Chaol, acompanhado de Nesryn, única mulher na Guarda Real e sua nova capitã, depois de Chaol ter sido nomeado Mão do Rei. Mas com a guerra se aproximando de Dorian e com Aelin lutando por seu trono de direito, Chaol pode ser uma peça-chave para a sobrevivência dos dois jovens monarcas, convencendo outros governantes a se aliarem a eles. O que Chaol e Nesryn descobrem na Antica, no entanto, vai mudar os dois e ser mais vital para salvar Erilea do que eles poderiam ter imaginado.

Autora: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Páginas: 644
Classificação: 4/5



A história começa no mesmo ritmo de A Herdeira do Fogo, só que dessa vez quem está quebrado é Chaol, não apenas fisicamente é perceptível a qualquer olhar o quanto sua alma e sua fé estão danificadas. O livro segue na mesma linha de divisão em duas partes (em um único volume) e na primeira o foco é a descoberta de Chaol de si mesmo, ele precisa curar o corpo e a alma. Essa primeira parte trouxe para mim a esperança de ter meu personagem querido de volta, o Chaol de Coroa da meia – noite que eu tanto amava e defendia, era a chance dele ressurgir das cinzas e ganhar meu coração novamente.


"Porque era o amor que cobria o mundo, que o iluminava."

Quem acompanha os livros já deve ter gostado do Chaol em algum momento, eu, por exemplo, era apaixonada pelo personagem e ainda gosto muito dele, mas o homem anda me irritando constantemente nos últimos livros e parece ter perdido a essência de quem é. Talvez tenha sido uma estratégia da Sarah para que aceitássemos Rowan com mais facilidade e se foi essa a intenção dela achei cruel. Pois Chaol passou de alguém que amava Celaena para um cara que culpava Aelin por tudo até mesmo pelas coisas das quais ela não tem controle e isso me levou ao limite com ele, tanto que protelei demais para ler esse livro, foi bem difícil de engolir um livro protagonizado por um personagem que poderia ter rendido muito, mas se tornou um cuzão. Acredito que esse livro tenha sido a forma da autora se retratar com os fãs e com o personagem injustiçado.

Achei os capítulos mais longos do que os habituais e algumas coisas bem desinteressantes, mas a leitura é fluída e foi possível fazer a conexão necessária para que a história me agradasse. Sarah apresentou nesse livro um novo continente que possui muitos detalhes sobre a história local, seus habitantes e tradições, que fique bem claro que a autora não dá ponto sem nó e tudo tem um motivo, cada pequena informação por mais banal que seja se faz importante em algum momento, fora isso tem a tensão, pois ninguém é aliado e eu fiquei esperando a bomba estourar e alguma traição surgir a todo minuto, já que fica bem claro desde o começo que ninguém ali é de confiança.


“E o medo podia ser uma motivação que ajudaria muito ou destruiria qualquer chance de aliança.”

Na minha resenha de Lamina da assassina eu expressei minha vontade de rever a personagem Yrene novamente e isso aconteceu e me deixou imensamente feliz. No começo Yrene é apenas uma das melhores curandeiras da torre e logo se torna o centro da narrativa, dividindo o protagonismo com o Chaol em vários momentos. 

      Ainda na primeira parte Sarah molda os acontecimentos fazendo alguns erros de química se corrigirem, trazendo o melhor dos personagens à tona de forma individual e isso deu todo o tom para o livro e proporcionou a mim uma leitura completa e satisfatória, sem colocar peso em casais, pois aqui e em toda a série romance é plano de fundo, mas se deixarmos, acaba impactando muito na nossa forma de ver a história.

Até o capítulo 11 a coisa segue arrastada e eu me perguntei se deveria continuar, mas a partir desse momento Nerisyn aparece de verdade, já que no livro anterior ela foi meio jogada como um tapa buraco e por vezes nesse livro não fez muita diferença, até que houve uma virada e ela foi melhor aproveitada e teve seu potencial explorado, ganhando o destaque merecido, pois sempre foi uma mulher que prometia muito e vinha entregando isso, só que em poucos momentos. Não sei dizer se Nerisyn se encontrou em Torre do alvorecer ou se a Sarah encontrou a personagem, a certeza é de que elas fizeram um ótimo trabalho.

Sim, esse livro é protagonizado pelo Chaol, isso é um fato, mas escrever personagens femininas maravilhosas é um dom da autora e aqui não foi diferente. Yrene e Nerisyn roubaram a cena inúmeras vezes, salvaram o dia, foram à luta, mostraram seu potencial e provaram que são uma força da natureza cada uma na sua área, porém em pé e igualdade e importância.

Procurei ler Torre do alvorecer com bastante calma, sem pressão, sem expectativas. Não apressei a leitura nem quando a narrativa começou a seguir para um ritmo frenético, prolonguei a leitura devido meu desapego inicial com a história, achando que fugiria muito do tema principal, mas me enganei e esse livro encaixa perfeitamente com os outros, passa em um momento entre a queda do castelo de vidro e todos os acontecimentos de Império de tempestade e me doeu muito ver Chaol no escuro quando eu sabia exatamente o que estava acontecendo e o que estava por vir, morri de raiva quando falavam e duvidavam da Aelin e morri ainda mais de orgulho quando Chaol ficou ao lado dela, defendendo nossa rainha e foi nesse ponto que eu perdoei o personagem, o reconhecimento dele para com a Aelin trouxe Chaol de volta para o meu coração.

"- O que Aelin prometeu a você?"
- Um mundo melhor."

Temos algumas revelações importantes e quando o livro chegou ao fim à única coisa que eu pensei foi “Se preparem, a guerra vai começar e temos armas para colocar medo em qualquer Vlag”. Ando bem apreensiva com o final, mas depois de Torre do alvorecer, me encontro um pouquinho mais confiante, fico na esperança do tão esperado final feliz. 


“Essa será a maior guerra da nossa era. Quando estivermos mortos, até mesmo quando nossos descendentes mais distantes estiverem mortos, eles ainda falarão sobre essa guerra. Eles sussurrarão as histórias em volta das fogueiras, cantarão sobre elas nos grandes salões. Quem viveu e quem morreu, quem lutou e quem fugiu.”


Beijos 

12 comentários:

  1. Oie,
    apesar de algumas ressalvas na leitura você deu uma excelente nota a ele. Se fosse comigo, eu já estaria bem irritada com as mudanças do personagem principal.. Mas pode ser estratégia mesmo...
    Uma coisa legal é ter uma personagem que reaparece, eu também gosto quando isso acontece em continuações, ainda mais se eu pegar afeto

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  2. Olá, Thayza.

    Uma pena a autora ter feito isso com um personagem para que os leitores aceitassem o outro.
    Mas que bom que em um todo a leitura não foi tão ruim, imagina se você acabasse abandonando a leitura? hahaha
    Eu acho as edições dos livros dessa autora lindíssimas, mas nenhum de seus livros ainda despertou a minha curiosidade.
    Beijos!

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  3. Me perdi na metade da história porque não sei se é uma continuação ou se é uma nova saga com os personagens do livro anterior, mas se for a mesma saga a capa está meio estranha. E te entendo quando demora um pouco para pegar a história, acontece comgo também.

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  4. Quero iniciar essa série. Li A corte de espinhos e rosas da autora e gostei muito de sua escrita. E como dizem que Trono de vidro é ainda melhor fico mais empolgada!
    beijos

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  5. Olá!
    Confesso que pulei algumas partes da sua resenha para não pegar spoilers. Ganhei uns livros da série e será uma das minhas próximas leituras. A escrita da Sarah é fantástica e bom saber que nessa história você está mais confiante com o que vem a seguir.

    Camila de Moraes

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  6. Ola,
    Não acho legal essa coisa que alguns autores fazem de nos fazer engolir um personagem, ainda assim fiquei interessada no enredo e já anotei a série para uma próxima leitura e não gosto dessa coisa meio confusa de uma série que parece meio perdida dentro de outra kkk, mas se te animou com o que vem a seguir, vamos lá.
    A escrita da autora me parece o ponto alto.
    Beijos

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  7. Olá! Ainda não conhecia esse livro. Tem uma proposta interessante.
    Vou anotar a indicação e espero ter a oportunidade de ler em breve.
    Sucesso, bjo

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  8. Oi Thayza, como está?
    Primeiramente, teu blog tá lindo com esse novo visual! Já fazia tempo que eu não vinha aqui, ^^.
    Segundo, que ótima resenha! Parece ser um baita livro com uma ótima proposta. Ainda mais porque eu adoro quando uma história foca em um personagem que parecia estar indo por um caminho indesejado, mas como tu disse, pode ter sido estratégia da autora.
    Abraços e beijos, Lady Trotsky...
    http://osvampirosportenhos.blogspot.com

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  9. Olá! Eu tenho essa série na lista de leitura há muito tempo, e confesso que tenho certo medo em começá-la e me decepcionar. Vejo sempre resenhas tão elogiosas e apaixonadas, e isso influencia nossas expectativas. Eu sei que sempre esperamos muito do final da história que seguimos e mesmo com esses tópicos que você levantou, acredito que vai ser surpreendente, e como você mesmo disse, ir com calma na leitura ajuda. Obrigada pela dica!

    Bjoxx ~ Aline ~ www.stalker-literaria.com ♥

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  10. Olá,
    eu quero muito ler essa série, mas como os livros não são nada baratos estou montando minha coleção ao pouquinhos. Já li alguns livros dessa autora (os primeiros da serie "Corte de espinhos e rosas" pra ser mais específica) e já tinha sentido na pele esse tombo que a Sarah parece gostar de dar em seus leitores, esse lance de fazer com que nos apaixonemos pelo cara que parece ser ideal para a mocinha e depois ter o tapete puxado, porque o tal não era exatamente como imaginamos... Eu já sabia que havia essa semelhança entre as duas séries e adorei saber sua opinião a respeito.

    Abraços!

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  11. Eu preciso ler essa autora, estou muito curioso com suas obras, desde que as conheci. Espero começara ler em breve, pois estou demasiadamente curioso. Acho que começarei por esse livro.

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  12. Oi, tudo bem?
    Ah como eu amo esse livro! O Chaol é o meu personagem favorito da série desde o início e fiquei muito feliz pela Sarah ter decidido dar um livro para ele. Ao contrário de você, não achei que o personagem perdeu a essência em momento nenhum da série. Ele foi construído como um personagem muito humano, que cometeu alguns erros, mas aprendeu com eles. Para mim, Torre do Alvorecer foi a última etapa que o Chaol precisava passar para evoluir ainda mais e demonstrar que aprendeu com tudo que viveu.
    Mas que bom que você se surpreendeu com a leitura e recuperou seu amor por esse personagem maravilhoso.
    Beijos!

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