01/07/2019

[Resenha] A Escolhida - Amanda Ághata Costa


Sinopse: Em uma cidade repleta de pessoas desconhecidas, Ari poderia ser apenas mais uma garota perdida na multidão, como tantas outras que foram abandonadas pelos pais. Através de sua aparência impecável e feições delicadas, ninguém conseguiria supor quem ela é e o que gosta de fazer: um anjo com sede de sangue, sempre disposta a ceifar novas vítimas. Porém, tudo muda quando é capturada por dois feiticeiros e levada para o círculo, lugar onde eles vivem sob a liderança de Egran, um homem cruel que não mede esforços para conseguir o que quer. Em meio a várias mudanças repentinas, terá de enfrentar suas convicções a fim de descobrir um lado de si mesma que não imaginava existir. Será que o amor vai fazer brotar a alegria em seu coração? Ou ele irá arrastá-la diretamente para a morte? Ari será capaz de finalmente superar o próprio passado sombrio ou sucumbirá a ele, deixando pelo caminho mais um grande rastro de destruição?

Autora: Amanda Ághata Costa
Editora: Arwen
Páginas: 452
Classificação: 4/5

           A escolhida conta a história da Ari, uma menina que não sabe da sua origem já que foi abandonada por sua família muito pequena e não se recorda de nada, a única coisa que Ari sabe é que tem asas de anjo (isso faz dela um anjo certo?) e possui uma sede de sangue que precisa ser saciada. Ela se considera um monstro e prefere viver sua vida solitária, saindo dia após dia para caçar e saciar essa vontade de matar que existe dentro dela, até que um dia se depara com dois rapazes que não são as presas fáceis que ela imaginava e do nada acaba sendo levada para um lugar chamado O Circulo, que é comandado por um feiticeiro nada legal a quem ela se vê obrigado a servir em troca de sua vida.

            Amanda Ághata abriu meu coração para fantasias nacionais, confesso que tinha um pouco de receio de que a nossa realidade ficasse tão evidente que poderia perder um pouco da magia, mas a autora me surpreendeu com um mundo completamente novo, uma imaginação impecável e uma história toda amarrada. Esse livro conta com personagens bem construídos e nuances que foram colocadas nas horas certas, ou seja, temos uma calmaria, vamos para o romance e daqui a pouco acontece alguma coisa que movimenta a história, pode ser ação, alguma descoberta, ou qualquer acontecimento que tire os personagens da zona de conforto, ela foi muito feliz nesse aspecto já que não fica arrastado, mesmo com a narrativa mais lenta no início do livro achei o ritmo perfeito, não é devagar demais e cansativa nem rápida demais impossibilitando o leitor de se envolver com os personagens e conhecer a história a fundo.

“O destino é tão traiçoeiro que nos faz prisioneiros dos nossos maiores temores.”

           Ari é uma personagem que me agradou muito, ela é segura de si, inteligente e determinada. Tem uma personalidade muito forte e por ter vivido sozinha e pelo seu estilo de vida é muito fechada, não deixa ninguém se aproximar e desconhece sentimentos, na verdade ela não se permite sentir. Ela acha que por ser uma assassina não tem o direito de amar e ser amada e para piorar acredita que bons sentimentos são fraquezas que ela não se dar ao luxo de ter. Afinal, quem não sente não se machuca. Mas com o tempo ela começa a confiar em algumas pessoas e são elas as responsáveis pela mudança na personagem. Sua personalidade sofre algumas mudanças ao longo do livro, é visível sua evolução, mas ela ainda tem muita coisa para aprender, por vezes ainda se fecha ou se precipita mostrando o traço mais irritante de sua personalidade, a mania de achar que sabe de tudo e está sempre certa.

            Luke é o par romântico da protagonista, uma cara do bem, atencioso, carinho e gentil, mostra a todo o momento que amar é bom e deixa claro que acredita no bem que existe dentro dela. O relacionamento amoroso demora um pouco para desenrolar e por mais que seja uma parte importante na história Amanda não focou tanto nisso quanto eu achei que faria. Uma coisa que me deixou bem irritada com os personagens foi que eles criavam uma situação do nada, Ari é completamente desconfiada e acaba metendo os pés pelas mãos (mania de achar que sabe tudo), quando eu achava que ia a menina dava para trás e me deixava doida e quando não era ela o Luke fazia alguma besteira, foi bem frustrante algumas vezes, mas esses momentos serviram muito para o crescimento deles como casal e como pessoas, é como na vida, cometemos erros e aprendemos com eles, então no fim os erros acabam sendo válidos.

“Não é difícil ser atraída pelo proibido, difícil é lidar com as consequências de seus atos. Esse sentimento pode ser sua ruína, ou sua salvação. Você que escolhe o que irá se tornar.”

          A princípio eu achei que o enredo ia girar em torno de quem era Ari na verdade, qual o passado dela e sua história, mas para meu espanto essas respostas foram dadas logo de cara, coisa que é bem difícil de ver por ai e demonstra muita segurança da autora. Pode parecer que com o fim do mistério a coisa desanda, mas não, esse foi um ponto positivo, ao mesmo tempo em que ela revelava algumas coisas, criava novas para continuarmos presos, isso fez com que o livro não tenha se tornado repetitivo, conforme perguntas iam surgindo já eram respondidas e assim por diante, eu particularmente adorei isso, tanto que já estou louca para ler o segundo livro e descobri o que vai acontecer no caminho da protagonista e (pasmem) seus amigos.

            Esse livro é uma ótima pedida para quem gosta de fantasia. Uma leitura fácil, original, leve e que te prende do início ao fim. A Escolhida traz uma história que envolve várias espécies sobrenaturais em um só livro, mas o destaque mesmo fica com os feiticeiros. Passa uma lição de autoconhecimento, amor próprio e ao próximo, além de mostrar que todos nós temos luz e trevas e que precisamos conviver com isso e que cabe a cada um decidir qual lado vence essa batalha.

Beijos



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