Sinopse: Esqueça a lenda.
Unicórnios não são fofinhos. Nem alados. Muito pelo contrário: são cruéis,
carnívoros e venenosos. É o que Astrid cansou de ouvir de sua, digamos,
"um pouco obcecada" mãe. Ao que parece, as duas fazem parte de uma
longa linhagem de caçadoras de unicórnios, descendentes de Alexandre, o Grande.
Ah, e o Bucéfalo? O famoso cavalo do mais temido conquistador da história? Sim,
você adivinhou... Unicórnio. Claro que Astrid costumava zombar dessas
excêntricas histórias - até que o namorado foi atacado por um... pônei com
chifre? E salvo do estranho veneno por uma droga milenar, um remédio mítico
feito à base de unicórnios e guardado com zelo insano pela mãe de Astrid. Por
isso, agora ela está indo para um claustro em Roma. Um antigo centro de
treinamento para caçadoras. No entanto, na antiga Ordem da Leoa, nem tudo é o
que parece. Fora de seus muros, os unicórnios esperam para atacar. E dentro,
Astrid enfrenta outras ameaças inesperadas: paredes cobertas de troféus de caça
vibram com um poder terrível, as outras caçadoras, e até mesmo seus
patrocinadores sugerem intenções excursas; mas o mais perigoso talvez seja a
atração crescente por um estudante de arte... uma atração que pode pôr tudo a
perder...
Autora: Diana Peterfreund
Editora: Record
Páginas: 364
Classificação: 4/5
A caçadora
de unicórnio está na minha lista de desejados a muito tempo, mas por motivos de
“não faço ideia” ainda não tinha lido. Sou uma leitora que consome muita
fantasia, tenho minhas preferidas e como geralmente esse gênero vem em série
acabo presa em um universo por algum tempo, sendo assim esse livro veio como
uma brisa de ar fresco, trazendo novidades dentro desse universo.
A primeira
coisa que eu gostaria de pontuar é que esse livro é um YA, então não adianta
reclamar da protagonista de 16 anos que está se descobrindo como ser humano ao
mesmo tempo que precisa lidar com seres e situações mágicas. Achei os dilemas e
a evolução da Astrid muito pertinentes não apenas com a idade, mas também com a
situação em si, a personagem pergunta, pondera, se “rebela” em busca de um
equilíbrio e de uma individualidade que a situação está tirando dela e isso
tudo com uma idade onde estamos preocupados com escola e mais nada, então
chamar a personagem de chata ou inconstante é um pouco maldoso já que no
contexto faz bastante sentido.
“ Quando olhei de novo, estava tudo terminado, e Philippa Llewelyn estava coberta de sangue de unicórnio.”
Fiquei
chocada de como eu comprei a história de unicórnios assassinos, vejam bem, eu
adoro unicórnios fofinhos e saltitantes, mas unicórnios assassinos são bem mais
legais. Adorei a construção histórica em volta do mito, não procurei saber se
existe de fato na história algo que mencione cavalos com chifres e coisa e tal,
mas em torno a autora usou histórias reais imersa nessa fantasia o que torna a
coisa bem “real”, para mim foi o ponto alto do livro. Vamos conhecendo conforme
Astrid e as outras caçadoras vão se aprofundando no assunto, então é uma
descoberta constante ao longo de toda a leitura e só isso já prende a atenção.
O ritmo do
livro é bem acelerado, posso comparar com uma montanha russa que desce
pouquíssimas vezes ao longo do percurso, a narrativa se mantém sempre em alta,
com muitas descobertas e ação. O tempo todo tem um acontecimento eletrizante,
por menor que seja. Algo que me chamou a atenção por não ser muito comum nas
minhas leituras foi a narrativa em primeira pessoa, geralmente livros de
fantasia são narrados em terceira e isso me pegou completamente de surpresa e
me agradou bastante, ao mesmo tempo que senti falta de uma visão mais ampla,
porém acredito que não funcionaria tão bem devido aos dilemas e descobertas que
movem a história.
“Eu jamais irei embora de verdade, sempre viverei em seu coração.”
O romance é
um elemento quase inexistente, tanto que fiquei surpresa com o final do livro
nesse sentido, não tendo visto a evolução desse sentimento já que as partes em
que existe romance são poucas e curtas, nem tem como dizer como é o Giovanni já
que não deu tempo de conhecer o personagem, mas superficialmente parece alguém
legal. Tive a impressão que o romance de fato só está presente para fixar o
assunto da virgindade que é levantado a exaustão, já que para ser caçadora é
necessário ser virgem.
“Me afastar dele foi o pior tipo de tortura. Mas mesmo assim eu o fiz.”
Algo que
não me agradou foi o que a autora fez com a Phil, achei desnecessária a forma
que foi feita a mudança da personagem, acredito que foi um tema levantado sem
cuidado e que ficou por isso mesmo, nem para trabalhar depois o assunto aquilo
serviu, então eu achei um erro.
Ao que
parece se trata de uma duologia, não acho que seja um livro de extrema
necessidade já que a história fecha redondinha, mas estou curiosa para ler esse
segundo. Além disso tem um livro tipo de conto que conta a história da antepassada
da Astrid (eu acho), mas esse não foi traduzido por aqui.
A conclusão
é que eu gostei muito da leitura, atinge o objetivo, é um livro bem escrito,
detalhado na medida certa, interessante e original. Recomendo bastante a
experiência de caçar unicórnios.
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