01/02/2019

[Resenha] Uma História de Verão - Pam Gonçalves


Sinopse: É o último verão de Analu perto de casa antes da faculdade. Entre a dificuldade de se entender com seus pais, que queriam que ela cursasse Direito e não Cinema, e as persistentes comparações com seu irmão gêmeo, André Luiz, o grande exemplo de filho que faz tudo para agradar, a garota está cansada de tanta hipocrisia e da cobrança de todos e só quer aproveitar suas férias com os amigos. O lugar é lindo, o clima está ideal e não faltam lembranças em cada cantinho da praia. Pena que nem todas são boas: a primeira decepção amorosa e grande paixão de Ana Luísa, Murilo, está de volta com o sorriso cafajeste de sempre e novas promessas. De um lado, o futuro em uma nova e incrível cidade, São Paulo; do outro, os amigos, a família e um amor traiçoeiro que ao mesmo tempo machuca e envolve.

Autora: Pam Gonçalves
Editora: Galera Record
Páginas: 304
Classificação: 4/5


Ana Luiza ou Analu é uma personagem possível, real ao extremo que está lidando com problemas em casa e se encontra naquela fase da incerteza, onde não queremos decepcionar nossos pais, mas queremos seguir nosso próprio caminho e é isso que Analu faz, segue o próprio caminho e eu fiquei tão orgulhosa da personagem logo nas primeiras páginas que já considerei minha amiga, mas como quase todas as meninas nossa protagonista teve seu coração magoado e hoje não permite se envolver emocionalmente com ninguém a não ser com seus dois melhores amigos Gisele e Yuri.

“As vezes tudo que você precisa é se afastar para crescer.”


Por falar no trio, QUE trio, achei a amizade descrita muito linda, a Pam não aprofundou e deu muito destaque a isso, mas é notório o carinho, respeito e amor ali construído. Sabe aquele amigo que você sabe que é para vida toda? Que você pode está no Japão, mas nunca vai estar só? Eu estou falando desse tipo de amizade, lindo de se presenciar e tão raro na vida real, então gostei muito desse ponto e espero spin of dos dois contando um pouco sobre suas descobertas principalmente o Yuri que achei super querido, mas cheio de questões que podem ser exploradas.

O livro tem um ar emponderado muito sutil, Analu está lutando para ser quem é, para ser feliz da maneira que escolheu. É forte, decidida e tem personalidade, caráter e carisma, claro que comete umas burradas ao longo do caminho, mas quem nunca?

“Algumas vezes a gente não entende as escolhas das outras pessoas. Mas existem coisas na vida que só cabem a elas decidirem. A partir de agora todas as decisões são pura e simplesmente suas.”


Pam levanta algumas questões ao longo da narrativa de uma forma que você sabe que o assunto tá ali, mas é tão natural que nem parece uma questão de fato. Não sei se estou me fazendo entender, vou tentar explicar. Imaginem que tomar sorvete seja um assunto “polêmico” em desconstrução, a Pam pegou o sorvete colocou na narrativa, o povo tomou de boa e passou batido por ser uma coisa natural. Não sei se é natural para mim e por isso vi dessa maneira ou realmente foi abordado da forma certa sem polemizar, sem espanto, foi na medida certa cada questão incluída pela autora.

O romance foi o que me desagradou um pouco é onde eu me decepcionei. Foi muito aceitável, afinal, quem não tem um boy lixo no currículo que atire a primeira pedra. Mas eu queria uma explicação melhor para tudo que aconteceu no passado, não apenas um pedido de desculpa meia boca. Queria um romance fofo com um personagem que prometeu um triangulo amoroso e ficou apenas na promessa. Eu queria que a Analu xingasse o Murilo de tudo que é nome e jogasse uma bebida na cara dele, mas parece que a personagem é mais madura que eu nesse sentido, talvez isso tenha me incomodado, eu não teria esse discernimento, não teria essa cabeça fria e seguido em frente sem falar umas belas verdades.

“ – Você acha que pelo menos consegue me perdoar? Perdoar talvez, esquecer não vai rolar.”

Mas uma coisa a Pam acertou em cheio, o que seria de nós sem nossas decepções? Se eu não tivesse sofrido o que sofri no passado, seria a pessoa forte e madura que sou hoje? Talvez não. Quedas e machucados fazem a gente aprender a se defender e de certa forma Analu soube se defender, mas essa coisa de deixar o boy voltar para vida não rola comigo e acredito que com muitos dos que estão lendo também não.

Fora esse ponto do romance eu gostei bastante da história, principalmente das questões familiares da protagonista, gostei muito das mensagens deixadas pela autora ao longo do livro a principal para mim foi “cada um escolhe seu caminho” e como esse ano meu lema é quase esse bateu direitinho e me marcou muito.

A escrita da Pam é leve, aconchegante e muito fluída. Só não terminei a leitura em um dia, pois tive alguns percalços, mas a narrativa realmente flui muito bem, é uma leitura bem fácil. As folhas são amarelas, a diagramação é simples, porém confortável, letras e espaçamentos normais para um livro com as medidas apresentadas (aqueles menores, tipo Collen Houver).

A conclusão é que não terminei o livro morrendo de amor como gostaria e achei que seria, mas terminei com uma sensação agradável. Então fica aqui minha recomendação de leitura leve e ideal para passar o tempo.


Beijos!


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